Nova tecnologia de IA no YouTube reforça proteção infantil
O YouTube iniciou um experimento que utiliza inteligência artificial e machine learning para identificar se uma conta pertence a menores de 18 anos ou a adultos. O teste, anunciado em 29 de julho de 2025, será conduzido nas próximas semanas com um grupo reduzido de usuários nos Estados Unidos.
Segundo a plataforma, o modelo analítico foi desenvolvido para reconhecer padrões de uso que indicam a faixa etária do titular do perfil. A iniciativa busca aprimorar a segurança infantil, evitando que crianças e adolescentes tenham acesso a conteúdos e recursos considerados inadequados.
Teste inicial nos Estados Unidos
Em um primeiro momento, somente um pequeno contingente de contas participará da avaliação. A companhia não detalhou o número exato de perfis incluídos, mas informou que a experiência servirá para calibrar o algoritmo antes de uma liberação mais ampla.
Além do território norte-americano, a empresa já havia realizado ensaios preliminares em outros mercados, cujos nomes não foram divulgados. O cronograma prevê a expansão gradual para novas regiões ao longo de 2025.
Sinais analisados pelo algoritmo
O sistema de IA observa múltiplos indicativos para chegar a uma conclusão sobre a idade presumida do usuário. Entre os fatores avaliados estão a longevidade da conta, os tipos de vídeos buscados com maior frequência e as categorias de conteúdo consumidas.
Esses elementos permitem que o software identifique padrões de comportamento típicos de públicos mais jovens, diferenciando-os do perfil médio de usuários adultos. Quando a ferramenta considera que o titular tem menos de 18 anos, regras específicas de segurança entram em vigor de forma automática.
Mudanças aplicadas a contas classificadas como de menores
Uma vez determinado que o perfil pertence a um menor de idade, o YouTube desativa imediatamente a veiculação de anúncios personalizados. A medida busca limitar a exposição de crianças e adolescentes a campanhas segmentadas com base em dados de navegação.
Desativação de anúncios personalizados
A suspensão do targeting evita que marcas usem informações sensíveis para direcionar publicidade. A plataforma manterá apenas anúncios contextuais, que não dependem do histórico individual do usuário para serem exibidos.

Imagem: tecmundo.com.br
Ferramentas de bem-estar ativadas
Além de ajustes na publicidade, recursos de bem-estar digital passam a ficar ativos por padrão. Entre eles estão lembretes de pausa, contadores de tempo de tela e limites automáticos para visualizações repetitivas de determinados conteúdos.
O objetivo é incentivar hábitos de consumo equilibrados e reduzir a possibilidade de exposição prolongada a vídeos inadequados ou repetitivos, considerados prejudiciais ao desenvolvimento do público infanto-juvenil.
Processo de contestação para usuários adultos
Há a possibilidade de o algoritmo classificar erroneamente uma conta adulta como pertencente a um menor. Nesses casos, a plataforma oferece um procedimento de recurso, acessível nas configurações do perfil.
Para reverter a decisão, o titular precisa enviar um documento oficial de identidade ou um cartão de crédito válido, comprovando ter idade igual ou superior a 18 anos. Após a análise dos dados, a classificação é corrigida e as restrições aplicadas são removidas.
Próximos passos e expansão do recurso
O YouTube declarou que continuará investindo em inteligência artificial para aprimorar a moderação e a personalização da experiência do usuário. A empresa também trabalha em outras frentes, como a possibilidade de gerar vídeos curtos por meio do Veo, tecnologia de criação de conteúdos artificiais disponível nos Shorts.
Atualmente, o Veo está liberado para criadores nos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, com previsão de chegada a novos países ainda este ano. A integração com sistemas de IA deve se intensificar, indicando que iniciativas semelhantes poderão ser expandidas a todo o ecossistema da plataforma.
Com a nova ferramenta de detecção etária em fase de testes, o YouTube espera reforçar a proteção de crianças e adolescentes, mantendo ao mesmo tempo a experiência dos usuários adultos inalterada. A adoção definitiva dependerá dos resultados obtidos durante o piloto e dos ajustes necessários para garantir precisão e confiabilidade na classificação de perfis.