Wuchang em análise
Wuchang: Fallen Feathers, desenvolvido pela chinesa Leenzee Games, chega em 22 de julho de 2025 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series S|X, entrando também no catálogo do Game Pass.
O título assume abertamente a fórmula souls-like: alta dificuldade, pontos de descanso que repõem itens e inimigos, combate centrado em esquivas e aparos, além de chefes projetados para testar reflexos e paciência.
Para diferenciar-se, o estúdio introduz o sistema de “loucura”. Cada morte preenche uma barra que amplia a perda de mercúrio, recurso usado na evolução. Quando o medidor atinge o limite, surge uma versão demoníaca do jogador próximo ao local da queda.
Derrotar esse duplo devolve o mercúrio acumulado; falhar resulta em perda total. Na prática, porém, são raras as situações em que a criatura ataca inimigos do cenário, reduzindo o impacto da mecânica após poucas horas.
Outro ponto de identidade está na árvore de habilidades única. Melhorias de atributos, aquisição de golpes especiais e aumento de recursos, como poções e magia, coexistem no mesmo menu, permitindo reconfigurações gratuitas a qualquer momento.
Esse desenho torna a progressão menos automática e estimula experimentação de builds, já que é possível alternar duas armas em combate e carregar até quatro magias simultâneas.
No entanto, a precisão dos controles não acompanha a ambição sistêmica. Janelas de invulnerabilidade curtas e recuperação vulnerável podem provocar mortes em sequência de golpes, gerando sensação de injustiça em confrontos específicos.
Chefes com velocidade elevada e ataques em cadeia aumentam a frustração, pois o personagem permanece suscetível mesmo caído ou durante a animação de levantar-se, o que contrasta com a filosofia de punição clara vista em outros títulos do gênero.
Desempenho de Wuchang
A direção de arte se destaca ao retratar o reino de Shu, mesclando arquitetura histórica e elementos sobrenaturais. Cenários contam com atalhos bem posicionados, embora algumas áreas se tornem labirínticas e pouco intuitivas.
No PC, testes em uma RTX 3070 com Ryzen 7 5700X3D evidenciaram quedas de quadros e travamentos nas configurações automáticas. Reduzir qualidades gráficas ameniza, mas não elimina os problemas, indicando necessidade de novos patches.
O jogo oferece dublagem em inglês e mandarim, além de legendas em vários idiomas, inclusive português do Brasil. As interpretações vocais cumprem o básico, ficando abaixo do padrão de produções recentes de maior orçamento.
A narrativa é fragmentada, inspirada em Dark Souls. Documentos, itens e diálogos pontuais explicam a doença “plumagem”, responsável por transformar humanos em feras. A protagonista Wuchang busca respostas enquanto lida com amnésia após uma batalha.
Para compreender a origem da maldição e o motivo de controlar parcialmente seus efeitos, o jogador precisa explorar minuciosamente e conversar com NPCs, cuja oferta de missões complementa a história.
Em termos de recomendação, o título agrada entusiastas de souls-likes interessados em experimentar variações de build e dispostos a tolerar momentos de combate inconsistente. A pontuação final atribuída ao jogo foi 75, refletindo balanço entre sistemas robustos e execução irregular.