O que é um laptop 5G e por que o assunto voltou ao debate
O lançamento do Surface Laptop 5G, voltado ao segmento corporativo, reacendeu a discussão sobre a viabilidade de computadores com conexão celular integrada. A promessa é simples: mobilidade total sem depender de redes Wi-Fi ou de hotspots de smartphone. Mas a realidade envolve restrições de hardware, custos adicionais e oferta limitada de planos de dados.
Compatibilidade do Windows facilita o uso, mas não resolve tudo
Suporte nativo a eSIM no Windows 10 e 11
Desde as versões mais recentes do Windows 10 e do Windows 11, o sistema operacional detecta chips físicos (nano-SIM) e eSIM sem a necessidade de aplicativos de terceiros. Isso elimina dongles e configurações complexas: basta inserir o chip ou ativar o perfil virtual para que a conexão apareça ao lado do Wi-Fi.
Na prática, porém, o recurso só funciona em máquinas que trazem o modem 5G de fábrica e que estejam em área com sinal adequado. O usuário também precisa contratar um plano de dados específico, ponto em que surgem os primeiros entraves financeiros.
Modelos disponíveis: poucos, caros e nem sempre do jeito que você quer
Exemplo da Microsoft: apenas uma versão com 13,8” recebe 5G
A linha Surface mostra como a conectividade encarece o produto. O Surface Laptop para Empresas parte de US$ 1.499 na versão convencional. O mesmo equipamento com 5G sobe para US$ 1.799 — acréscimo de US$ 300 — e só existe no formato de 13,8 polegadas. Quem prefere a tela de 15 polegadas não tem opção com modem integrado.
Lenovo ThinkPad X1 Carbon Gen 12 cobra US$ 200 a mais
Na configuração da Lenovo, adicionar 5G ao ThinkPad X1 Carbon Gen 12 eleva o preço em US$ 200. Esse padrão se repete em outras marcas de perfil corporativo, como Dell, HP e Samsung. Gaming laptops ou workstations com GPU potente raramente trazem versões 5G, reduzindo ainda mais o leque de escolhas.
Planos de dados: gastos recorrentes que pesam no orçamento
AT&T, Verizon e T-Mobile têm limites e exigências
Além do investimento inicial, o comprador assume uma assinatura mensal. A AT&T vende o plano DataConnect por US$ 55 para 50 GB ou US$ 90 para 100 GB; excedentes custam US$ 10 a cada 5 GB. A Verizon permite adicionar o laptop por US$ 10 ou US$ 15 mensais, mas só para quem já paga por um pacote ilimitado de smartphone. A T-Mobile oferece 25 GB ou 40 GB por US$ 25 ou US$ 40, respectivamente, apenas para clientes empresariais e sem garantia de funcionamento em chips de tablet.
Mesmo com franquias altas, é comum que a velocidade seja reduzida após determinado consumo. Na prática, a dependência exclusiva do 5G ainda não substitui a estabilidade do Wi-Fi em escritórios, residências ou locais públicos.

Imagem: pcworld.com
Alternativas mais baratas e flexíveis
Tethering via smartphone
Quase todos os planos móveis permitem usar o telefone como hotspot. O processo exige ativar a função sempre que necessário, mas alguns aparelhos, como os da linha Samsung Galaxy, integram o recurso “Link to Windows”, que cria um hotspot instantâneo a partir do PC. O método drena a bateria do celular, porém dispensa a compra de hardware adicional.
Hotspots 5G dedicados, como o Netgear Nighthawk M6
Para quem precisa de conexão constante longe de redes Wi-Fi, um roteador portátil 5G pode ser a solução. Equipamentos como o Netgear Nighthawk M6 contam com antenas mais potentes, não consomem a bateria do notebook e distribuem internet para vários dispositivos ao mesmo tempo. Ainda é preciso contratar um plano específico, mas o serviço costuma ter foco no consumidor final e oferece melhor custo-benefício do que os pacotes para laptops.
Desempenho do 5G: teoria versus prática
Os testes em smartphones já mostraram que a velocidade do 5G varia conforme a região, a infraestrutura da operadora e até a estrutura dos prédios. Em viagens, é possível estacionar em um ponto sem Wi-Fi e, mesmo assim, não obter sinal celular confiável. Problemas pontuais de cobertura são aceitáveis para quem apenas compartilha a conexão do telefone, mas tornam-se incômodos se o usuário paga mais caro por um notebook com modem embutido.
Quando faz sentido investir em um laptop 5G
Profissionais que trabalham integralmente na rua, exigem início de sessão imediato e não querem lidar com hotspots podem justificar o investimento. Para a maioria dos usuários, no entanto, usar o compartilhamento do smartphone ou um hotspot dedicado oferece mais flexibilidade e menor custo a longo prazo.
Conclusão: pese custos, uso real e alternativas
Laptops 5G adicionam praticidade, mas cobram alto por isso. Entre hardware limitado, acréscimo de US$ 200 a US$ 300 no preço final e planos mensais que ultrapassam US$ 50, a solução ainda atende a um nicho específico. Até que a cobertura melhore e a tecnologia se popularize, tethering e hotspots permanecem como opções mais racionais para a maioria dos consumidores.
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