A Proton, empresa suíça reconhecida por serviços de e-mail criptografado, lançou em 23 de julho de 2025 o chatbot de inteligência artificial Lumo, projetado para responder perguntas, criar textos e resumir documentos sem comprometer a confidencialidade das conversas.
A nova ferramenta se diferencia ao priorizar a proteção de dados: não armazena conteúdo nos servidores, permite excluir histórico a qualquer momento e mantém todas as interações sob criptografia de ponta a ponta, inclusive em dispositivos móveis.
Chatbot reforça privacidade
O Lumo pode ser usado gratuitamente no site oficial, mesmo sem login, ou por meio de aplicativos para Android e iOS. O idioma português já está totalmente habilitado, ampliando o acesso a usuários no Brasil e em outros países lusófonos.
Mesmo na modalidade sem custo, o serviço não limita funções essenciais. A assinatura Lumo Plus, oferecida a R$ 374,28 por ano, adiciona vantagens como envio de arquivos maiores, número ilimitado de favoritos e suporte prioritário, sem alterar o modelo de segurança básico.
Segundo a Proton, o chatbot não utiliza dados de conversa para treinar o próprio modelo de linguagem e não compartilha informações com terceiros nem autoridades, mantendo a coerência com a política de privacidade aplicada ao Proton Mail.
Usuários podem ativar o “modo fantasma”, que apaga as trocas de mensagens assim que a sessão termina. Caso prefiram, é possível manter registros localmente, apenas no dispositivo, sem sincronização em nuvem, reforçando o controle individual sobre as informações.
A busca na web, recurso que traz referências atualizadas, só é acionada mediante autorização explícita, evitando transferência involuntária de dados para motores externos. Quando usada, a consulta é encaminhada por servidores próprios, preservando anonimato.
Chatbot oferece modelo aberto
Para sustentar a operação, o Lumo emprega exclusivamente modelos de linguagem de código aberto. Entre eles estão Nemo e Small 3, da Mistral, OpenHands 32B, da Nvidia, e OLMO 2 32B, desenvolvido pelo Allen Institute for AI.
Essa escolha elimina a dependência de grandes provedores privados, como OpenAI ou Google, reduzindo riscos associados ao tráfego de dados por infraestruturas externas e permitindo auditoria independente do código.
A arquitetura aberta também favorece atualizações rápidas e correções transparentes, já que o ecossistema da comunidade contribui continuamente para melhorar desempenho e segurança sem envolver acordos proprietários.
Todos os arquivos enviados para análise ou resumo são excluídos dos servidores da Proton logo após o processamento. Em consultas subsequentes, o sistema não retém referências a conteúdos anteriores, impedindo correlação entre sessões.
A página inicial do serviço segue o design padrão de plataformas de IA generativa, com campo de texto central para perguntas e área de resultados em formato de chat. A interface minimalista evita distrações e deixa claro quando a busca online é ativada.
Com o lançamento, a Proton amplia portfólio que já inclui Proton Mail, Proton VPN, Proton Drive e Proton Pass. A empresa reforça posicionamento de oferecer soluções que unem conveniência digital e proteção rigorosa de dados pessoais.
O Lumo chega ao mercado no momento em que grandes chatbots, como o ChatGPT, processam bilhões de solicitações diárias e levantam debates sobre uso de informações sensíveis em treinamentos de IA. A proposta procura atender quem busca funcionalidades semelhantes sem abrir mão de confidencialidade.
A disponibilidade simultânea para web, Android e iOS permite adoção imediata em diferentes contextos de trabalho, estudo ou uso doméstico. O acesso sem cadastro facilita testes iniciais e reduz barreiras para novos usuários.
Com modelo aberto, criptografia ponta a ponta e ausência de rastreamento, o Lumo se posiciona como alternativa voltada a profissionais e organizações que lidam com documentos estratégicos ou dados pessoais, oferecendo ferramentas de geração de conteúdo alinhadas às normas de privacidade mais exigentes.