Processo contra Otter AI questiona gravações de reuniões virtuais
Otter AI, plataforma de transcrição automática, tornou-se alvo de uma ação coletiva apresentada na sexta-feira. A petição afirma que o serviço “Otter Notetaker” grava conversas em Zoom, Google Meet e Microsoft Teams sem informar ou obter autorização de todos os participantes.
Alegações centrais da ação coletiva
O documento judicial sustenta que o Otter Notetaker intercepta comunicações de pessoas que não são usuárias do aplicativo e que não consentiram com o registro. Além disso, o texto aponta que os dados captados são utilizados para treinar modelos de reconhecimento de fala e de aprendizado de máquina da empresa, prática que, segundo os autores, não é devidamente divulgada.
Quem ajuizou o processo contra Otter AI
O californiano Justin Brewer assina a ação em nome próprio e de outros residentes na Califórnia e em todo os Estados Unidos. Brewer relata ter participado de uma reunião no Zoom em fevereiro, ocasião em que o Otter Notetaker ingressou na chamada para transcrever o diálogo. Ele afirma não possuir conta na plataforma, não ter sido avisado da gravação nem do uso posterior dos áudios para aprimorar sistemas de inteligência artificial.
Leis federais e estaduais citadas
A petição argumenta que a prática viola dispositivos do Electronic Communications Privacy Act de 1986 e do California Invasion of Privacy Act. Ambos os diplomas estabelecem que a captação de comunicações exige consentimento prévio das partes envolvidas, salvo exceções específicas.
Como funciona o Otter Notetaker nos serviços de videoconferência
O Otter Notetaker é apresentado pela empresa como um “assistente” capaz de ingressar automaticamente em reuniões para gerar transcrições em tempo real. Segundo o processo, quando o anfitrião de um encontro virtual convida o robô, apenas esse organizador recebe o pedido de permissão para gravar. Participantes comuns não recebem aviso individual, tampouco podem desativar a ferramenta, aponta o texto protocolado.

Imagem: mashable.com
Política de privacidade da empresa em debate
No site oficial, a Otter AI declara que treina suas tecnologias com áudios “desidentificados” e que solicita autorização explícita para acesso às conversas. A ação judicial contesta essa afirmação, alegando que o procedimento adotado se restringe ao anfitrião da reunião, deixando os demais participantes sem informação ou escolha.
Impactos alegados pelo autor
Brewer sustenta ter tido a privacidade “gravemente invadida” e se diz exposto a riscos pela posse e utilização de seus dados de voz sem consentimento. Ele pede indenização para si e demais integrantes do grupo, além de medidas que impeçam a Otter AI de repetir as condutas descritas.
Resposta da Otter AI ainda não foi divulgada
Até o momento, a empresa não publicou posicionamento sobre a ação. O processo segue em tramitação, e caberá à Justiça determinar se houve violação das leis citadas e, em caso afirmativo, quais reparações serão aplicadas.
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