Golpe com inteligência artificial mirava médicos gaúchos
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou nesta quarta-feira a Operação Medici Umbra II, voltada a um grupo suspeito de recrutar “sósias” de médicos, modificar rostos por meio de inteligência artificial e aplicar fraudes financeiras. Mandados de prisão e de busca foram cumpridos nos estados de São Paulo, Pará e Espírito Santo.
Quem eram os alvos dos criminosos
As vítimas identificadas até agora são cinco médicos do Rio Grande do Sul. As contas de e-mail e os perfis no portal gov.br desses profissionais foram invadidos em janeiro, permitindo que os golpistas se apoderassem de documentos pessoais, fotos e certificações digitais.
Com esses dados, os suspeitos abriram novas contas bancárias em nome dos médicos e tentaram movimentar mais de R$ 700 mil por meio de uma corretora de investimentos. Quatro das vítimas tiveram prejuízos diretos estimados em R$ 80 mil.
Como funcionava o esquema fraudulento
Invasão de contas e coleta de dados
Segundo as investigações, o primeiro passo era a invasão de e-mails e perfis oficiais. A partir do acesso indevido, os criminosos baixavam cópias de documentos e coletavam informações suficientes para abrir ou movimentar contas bancárias.
Recrutamento de “sósias” e uso de IA
Em São Paulo, um homem de 44 anos buscava pessoas fisicamente semelhantes aos médicos. Ele fotografava esses “sósias” e, com softwares de inteligência artificial, alterava as imagens para aproximá-las ainda mais do rosto das vítimas. As fotos eram utilizadas em processos de verificação facial exigidos por instituições financeiras.
Lavagem de dinheiro e ocultação de valores
As quantias desviadas eram depositadas em contas empresariais de alto limite controladas pelo mesmo suspeito que recrutava os “sósias”. De acordo com a Polícia Civil, ele recebia comissões de 25% a 40% sobre cada transação e adotava estratégias para dificultar o rastreamento dos valores.
Fases da Operação Medici Umbra
Primeira etapa em junho
A investigação começou em 17 de junho, quando cinco pessoas de uma mesma família foram presas em São Paulo. A análise de celulares e computadores apreendidos naquele momento levou à identificação de novos integrantes da quadrilha, possibilitando a segunda fase da operação.
Segunda fase mobiliza quatro estados
Nesta etapa, 30 policiais civis dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Pará e Espírito Santo cumpriram três mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Ananindeua (PA) e Vila Velha (ES).

Imagem: uol.com.br
- São Paulo: prisão do homem de 44 anos responsável por recrutar “sósias” e operar contas bancárias.
- Pará: captura de um suspeito de 20 anos que vendia informações sigilosas por meio de robôs em grupos de WhatsApp.
- Espírito Santo: detenção de um homem de 29 anos acusado de produzir documentos falsos em nome dos médicos gaúchos.
Nos endereços vasculhados, foram apreendidos aparelhos celulares, cartões bancários e quantias em dinheiro cujo valor não foi divulgado.
Crimes investigados e possíveis penas
Os alvos respondem por estelionato, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos e lavagem de capitais. As penas, somadas, podem ultrapassar 20 anos de reclusão, conforme o Código Penal.
Por que o crime foi chamado de “Medici Umbra”
O nome da operação, do latim “à sombra dos médicos”, faz referência ao método utilizado pelo grupo: esconder-se atrás da identidade e da reputação de profissionais da saúde para praticar o golpe.
Próximos passos da investigação
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul segue analisando os materiais apreendidos para mapear a rota do dinheiro desviado e localizar eventuais novos envolvidos. A corporação não descarta o surgimento de outras vítimas fora do estado.
Os investigadores também solicitam que profissionais da saúde reforcem medidas de segurança digital, como a adoção de autenticação em dois fatores e a verificação regular de acessos não autorizados em contas de e-mail e serviços públicos.
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