Morreu nesta terça-feira, 22 de julho de 2025, o cantor Ozzy Osbourne, aos 76 anos, em sua residência, cercado pela família. Ícone do Black Sabbath e figura central do heavy metal, o artista enfrentava há anos complicações de saúde, entre elas o mal de Parkinson.
O falecimento encerra uma trajetória iniciada nos anos 1970 e seguida por cinco décadas de influência musical. No começo do mês, o vocalista realizou o show de despedida Back to the Beginning, em Birmingham, aparecendo sentado em um trono e emocionando o público que acompanhou sua derradeira apresentação.
Ozzy Osbourne: fim de uma voz marcante
Nascido John Michael Osbourne em 3 de dezembro de 1948, em Aston, Reino Unido, o músico ganhou projeção como vocalista original do Black Sabbath. Álbuns como Paranoid (1970) e Master of Reality (1971) estabeleceram o som pesado que moldou o gênero.
Em 1979, após problemas com álcool e drogas, foi desligado da banda. Ao invés de encerrar a carreira, lançou Blizzard of Ozz (1980) e iniciou fase solo que rendeu 13 discos de estúdio e mais de 100 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
Mesmo após a saída, retornou ao Black Sabbath em projetos pontuais, entre eles a gravação de 13 (2013) e a turnê de despedida do grupo em 2017. A relação intermitente com os ex-companheiros manteve viva a conexão com o som que o revelou.
Reconhecimentos acompanharam a produção prolífica. O cantor entrou duas vezes no Rock and Roll Hall of Fame: em 2006, com a banda, e em 2024, como artista solo. O repertório inclui clássicos como No More Tears (1991) e Ordinary Man (2020).
No total, a discografia de estúdio registra nove álbuns com o Black Sabbath — de Black Sabbath (1970) a 13 (2013) — e 13 na carreira independente, encerrada com Patient Number 9 (2022). Esse conjunto reforça a relevância do músico no cenário internacional.
Ozzy Osbourne: presença além dos palcos
Figura carismática, o britânico expandiu sua imagem para a televisão a partir de 2002, quando protagonizou o reality The Osbournes, exibido pela MTV. O programa mostrou o cotidiano ao lado da esposa Sharon e dos filhos Kelly e Jack, alcançando quatro temporadas e prêmios de audiência.
Em 2016, retornou às telas em Ozzy & Jack’s World Detour, no qual viajou pelo mundo com o filho Jack. Quatro anos depois, a família lançou Os Osbournes: Investigação Paranormal, série dedicada a analisar supostos fenômenos sobrenaturais.
No cinema, o cantor participou de produções como Little Nicky: Um Diabo Diferente (2000), fazendo referência ao célebre episódio em que mordeu um morcego no palco. Em Ghostbusters: Caça-Fantasmas (2016), apareceu rapidamente durante um show interrompido por fantasmas.
O alcance infanto-juvenil também foi contemplado. Na animação Gnomeu e Julieta (2011), deu voz ao personagem Fawn, um veado de jardim cego, demonstrando versatilidade ao emprestar seu timbre marcante a produções para públicos diversos.
A cultura pop animada não o ignorou. Episódios de South Park, como Christian Rock Hard (2003), incorporaram referências ao cantor, reforçando sua influência simbólica em debates sobre música e comportamento juvenil na televisão.
Com a morte de Ozzy Osbourne, o rock perde uma presença singular, mas permanece seu vasto catálogo fonográfico, as aparições em tela e a lembrança de um artista que transcendeu fronteiras estéticas. Fãs, músicos e historiadores agora recorrem ao material gravado para relembrar a voz que ajudou a definir o heavy metal.