Chips de IA: Nvidia e AMD concordam em taxa de 15% para vendas à China
Quem: Nvidia e AMD, fabricantes de semicondutores com sede na Califórnia, e o governo dos Estados Unidos, representado pelo presidente Donald Trump.
O que: As empresas aceitaram pagar 15% da receita obtida na China com chips de inteligência artificial.
Quando: Anúncio feito nesta segunda-feira, 11.
Onde: Casa Branca, Washington (EUA), e mercado chinês de tecnologia.
Como: Por meio de isenção condicionada à transferência de parte do faturamento.
Por que: Para contornar restrições de exportação impostas desde 2022 e equilibrar interesses de segurança nacional e competitividade.
Modelos H20 e MI308 motivam o acordo
Os chips envolvidos são o H20, da Nvidia, e o MI308, da AMD. Ambos foram desenvolvidos especialmente para o mercado chinês depois que Washington limitou, em 2022, a exportação de componentes de alto desempenho. Embora menos potentes do que os modelos topo de linha das duas empresas, os processadores funcionam como aceleradores de IA — peças consideradas essenciais para tarefas de cálculo intensivo.
Estados Unidos fixam taxa em troca de isenção
Segundo Donald Trump, a cobrança de 15% sobre a receita desses chips será a condição para liberar as vendas. “Quero que paguem algo ao nosso país, porque estou concedendo uma isenção”, declarou o presidente a jornalistas na Casa Branca. A medida abre caminho para que as companhias retomem embarques suspensos, mas garante participação do Tesouro norte-americano nos ganhos obtidos na China.
Impacto financeiro de US$ 6,3 bilhões
Em abril, Nvidia e AMD alertaram sobre perdas potenciais resultantes das restrições anteriores. A Nvidia projetou impacto de US$ 5,5 bilhões, enquanto a AMD estimou redução de cerca de US$ 800 milhões. O novo arranjo permite recuperar parte do mercado chinês, mas mantém um custo adicional que pode influenciar margens e preços futuros.
Segurança nacional e uso dual dos chips
As limitações originais foram justificadas por preocupações de segurança. Analistas apontam que processadores gráficos avançados têm uso dual: além de aplicações comerciais, podem reforçar capacidades militares. O professor adjunto Dylan Loh, da Universidade Tecnológica de Nanyang, lembra que aceleradores de IA elevam o poder de processamento de sistemas estratégicos, cenário que levou Washington a monitorar as exportações.

Imagem: uol.com.br
Chong Ja Ian, da Universidade Nacional de Singapura, classifica o acordo sobre transferência de lucros como “sem precedentes”. Ele observa que, mesmo liberados, os chips poderão ser requisitados pelas forças armadas dos EUA caso ocorra um conflito.
Pressões internas e avanço chinês
Lobby da indústria e concorrência da Huawei
Nvidia e outras fornecedoras pressionaram o governo norte-americano para atenuar as restrições. David Sacks, responsável por IA no gabinete de Donald Trump, afirmou à CNBC que o H20 seria “um chip obsoleto” e que a Huawei faz “enormes avanços” capazes de ameaçar o domínio norte-americano. A liberação parcial, portanto, visa evitar perda de mercado diante da concorrência chinesa.
Exigência de rastreamento e mudança na Intel
Embora o acordo represente alívio, legisladores dos EUA estudam obrigar fabricantes a incorporar funções de geolocalização em chips de IA avançada. Em paralelo, Donald Trump pediu a renúncia imediata do novo diretor-executivo da Intel após questionamentos republicanos sobre vínculos da companhia com empresas chinesas.
Resposta da China põe em dúvida segurança dos H20
A China intensifica esforços para alcançar autossuficiência em semicondutores. Ao mesmo tempo, cresce a desconfiança sobre produtos norte-americanos. No fim de semana, a conta Yuyuan Tantian, afiliada à TV estatal CCTV, descreveu o H20 como “inseguro” e “não avançado”. Em julho, o regulador de internet de Pequim chamou representantes da Nvidia para explicar supostos “graves problemas de segurança”.
A empresa negou a existência de “portas dos fundos” que permitissem controle remoto dos chips. Ainda assim, a crítica oficial evidencia que a reabertura do mercado não elimina barreiras políticas nem tecnológicas.
Autossuficiência chinesa continua prioridade
Pequim mantém programas de incentivo à produção doméstica e busca reduzir dependência de fornecedores estrangeiros. A ofensiva inclui investimentos em pesquisa, subsídios e parcerias com universidades e empresas estatais. Mesmo com a entrada de componentes H20 e MI308, autoridades chinesas reforçam o discurso de segurança e sustentabilidade.
Perspectivas para o mercado de semicondutores
O acordo de 15% sinaliza um equilíbrio temporário entre controle de exportações e necessidade comercial. Para Nvidia e AMD, recuperar parte do volume de vendas na China ajuda a compensar a forte demanda global por soluções de IA. Analistas, porém, destacam que novas exigências regulatórias ou avanços chineses podem redefinir novamente o cenário.
Enquanto isso, outras empresas observam o desfecho como precedente. Caso a taxa de participação do governo dos EUA se consolide, fornecedoras de tecnologia poderão ajustar estratégias, preços e cadeias de produção para atender simultaneamente a requisitos de segurança e metas de receita.
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