Reator nuclear na Lua: meta de 100 kW até 2030
A Nasa confirmou nesta terça-feira (5) que pretende instalar um reator de fissão na superfície lunar ainda nesta década. O equipamento deverá gerar pelo menos 100 kW de eletricidade contínua, suficiente para abastecer aproximadamente 75 residências norte-americanas.
A decisão integra a estratégia do programa Artemis, que visa manter presença humana e infraestrutura de pesquisa no polo sul da Lua. A agência argumenta que a geração nuclear é mais confiável que painéis solares durante as longas noites lunares, que duram cerca de 14 dias terrestres.
Nova diretiva cria “czar” de energia nuclear
Um memorando datado de 31 de julho e assinado pelo administrador interino Sean Duffy ‑ que também ocupa o cargo de secretário de Transporte ‑ determina a criação de um posto interno apelidado de “czar de energia nuclear”.
Esse responsável terá seis meses para selecionar duas propostas comerciais que conduzam ao desenvolvimento e ao envio do reator. O documento foi obtido pelo Politico e confirmado pela AFP.
A instrução representa mais um ajuste na prioridade da agência, que passa a dar ênfase à exploração tripulada, em detrimento de missões estritamente científicas.
Competição com China e Rússia acelera cronograma
Desde março de 2024, China e Rússia anunciaram em três ocasiões um esforço conjunto para posicionar um reator na Lua até meados da década de 2030. A Nasa avalia que o primeiro país a operar um sistema desse tipo poderá estabelecer uma zona de exclusão e limitar a presença de concorrentes.
O cenário impulsionou a agência norte-americana a antecipar a meta de entrada em serviço do próprio sistema para antes de 2030, a fim de garantir autonomia energética e proteger os planos do programa Artemis.
Histórico de investimentos em fissão espacial
A utilização de energia nuclear fora da Terra não é recente. Desde 2000, a Nasa já destinou cerca de 200 milhões de dólares ao desenvolvimento de pequenos reatores de fissão.
Em 2023, a agência firmou três contratos industriais no valor de 5 milhões de dólares cada para analisar a viabilidade de sistemas capazes de gerar 40 kW por até dez anos, potência suficiente para manter 30 residências alimentadas ininterruptamente.
Os avanços obtidos reduziram o peso e o volume dos equipamentos, fatores críticos para missões que envolvem lançamento e pouso em corpos celestes.
Especificações da próxima licitação
A concorrência que será publicada em breve exigirá um reator capaz de fornecer pelo menos 100 kW. A Nasa pretende selecionar dois projetos para a fase inicial, que incluirá projeto detalhado, testes em solo e avaliação de segurança.

Imagem: uol.com.br
O sistema deverá operar 24 horas por dia, sem depender da iluminação solar, condição considerada essencial para garantir suprimento constante em bases lunares ou durante tempestades de poeira em Marte.
Depois de validados os protótipos, a agência avaliará qual proposta oferece o melhor equilíbrio entre massa, confiabilidade e custo para o lançamento.
Contexto político nos Estados Unidos
A corrida global pelo espaço coincide com o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro. Desde então, o presidente alternou declarações sobre suas preferências de destino, ora criticando o custo do programa Artemis, ora insinuando um salto direto para Marte.
Assessores apontam que a posição pode ter sido influenciada pelo ex-conselheiro Elon Musk, defensor de missões ao planeta vermelho. No entanto, o rompimento público entre ambos em junho, somado a pressões geopolíticas, tende a reforçar o foco na Lua.
Analistas internos da Nasa avaliam que a nova iniciativa nuclear oferece argumento concreto para manter recursos destinados ao polo sul lunar, considerado estratégico para extração de água e produção de combustível.
Próximos passos e prazos oficiais
Até janeiro de 2025, o recém-nomeado “czar de energia nuclear” deverá apresentar as duas empresas escolhidas. Cada uma receberá financiamento para aperfeiçoar o design e cumprir requisitos de segurança radiológica, transporte e implantação.
Em 2027, a agência espera conduzir ensaios em ambiente simulado de vácuo e baixa gravidade. Caso o desempenho atenda às metas, o lançamento do reator aprovado ocorrerá antes do final de 2030 a bordo de um foguete comercial.
Com a infraestrutura nuclear em operação, a Nasa planeja expandir laboratórios, sistemas de suporte à vida e plataformas de lançamento para futuras missões tripuladas a Marte.
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