O cantor britânico Ozzy Osbourne morreu após enfrentar o Mal de Parkinson, diagnosticado em 2020. A doença neurodegenerativa atinge cerca de 10 milhões de pessoas no mundo e altera progressivamente a capacidade de movimento e funções vitais.
Ícone do heavy metal, Ozzy havia abandonado os palcos em razão das limitações físicas impostas pela enfermidade. Seu caso reacende o debate sobre quão letal pode ser o Parkinson e de que forma ele compromete o organismo.
Impacto do Parkinson no corpo
O Parkinson é classificado como crônico e progressivo. Ele afeta principalmente a substância negra, região cerebral responsável pela produção de dopamina, neurotransmissor essencial ao controle dos movimentos voluntários.
Com a queda na dopamina, os sinais elétricos entre cérebro e músculos perdem eficiência. Surgem tremores em repouso, rigidez, lentidão motora e perda de equilíbrio, sintomas que avançam de forma quase silenciosa no início.
Alterações na escrita, redução da expressão facial e dificuldade para levantar-se costumam ser primeiros alertas. À medida que o quadro progride, caminhar, engolir ou respirar profundamente passa a exigir grande esforço.
O sistema nervoso autônomo também é afetado, comprometendo digestão, pressão arterial e frequência cardíaca. Essa perda de autorregulação torna o paciente mais suscetível a infecções e quedas.
Complicações letais do Parkinson
A doença raramente causa óbito de forma direta. O risco maior decorre do enfraquecimento generalizado, que favorece complicações secundárias como pneumonia aspirativa, fraturas e infecções generalizadas.
Tremores e rigidez atingem músculos da deglutição. Fragmentos de alimento ou saliva podem ser aspirados, levando a infecções pulmonares graves. Esse quadro figura entre as principais causas de morte em estágios avançados.
A imobilidade prolongada facilita úlceras por pressão, tromboses e perda de massa muscular. Fraturas de quadril ou traumatismos cranianos após quedas agravam o estado clínico e dificultam a recuperação.
A fragilidade nutricional é outro fator crítico. Dificuldade para mastigar e engolir reduz a ingestão calórica, provocando perda de peso, queda na imunidade e pior resposta a infecções.
Em cenários terminais, muitos pacientes permanecem acamados. A combinação de inatividade, infecção e fragilidade sistêmica cria um ciclo de deterioração que pode resultar em falência orgânica.
Entre as mortes relacionadas, destacam-se também arritmias e insuficiência respiratória, desencadeadas pela perda de controle dos músculos torácicos e do diafragma.
A sobrevida varia conforme idade, acesso a tratamento e presença de doenças associadas. Intervenções fisioterápicas, medicamentos dopaminérgicos e estimulação cerebral profunda ajudam a controlar sintomas, mas não interrompem a progressão.
Pesquisas exploram células-tronco, terapias gênicas e imunomodulação para retardar danos neuronais. Mesmo assim, a ausência de cura mantém o Parkinson como um desafio clínico relevante.
Desde 2020, Ozzy relatava dores, fraqueza e dificuldade para caminhar. Cirurgias na coluna e no pescoço agravaram seu quadro, reduzindo ainda mais a mobilidade e elevando o risco de complicações respiratórias.
O caso do músico ilustra a natureza sistêmica da doença. Embora o Parkinson não costume ser fatal por si só, a soma de debilidade motora, problemas autônomos e infecções secundárias pode levar ao desfecho observado em milhões de pacientes.
A trajetória de Ozzy Osbourne evidencia a necessidade de monitoramento constante, suporte multidisciplinar e pesquisas que busquem retardar ou impedir a cadeia de eventos que transforma o Parkinson em ameaça à vida.