Vile: Exhumed é liberado sem custo após veto na Steam
O jogo indie de terror Vile: Exhumed foi lançado gratuitamente em 6 de agosto de 2025, sob licença Creative Commons, depois de ser retirado da plataforma Steam em julho. A decisão foi tomada pela desenvolvedora Cara Cadaver e pela publisher DreadXP como forma de protesto contra diretrizes consideradas restritivas para títulos adultos.
Banimento ocorreu três dias após a data prevista de estreia
O título estava agendado para chegar à loja da Valve em 22 de julho de 2025. No entanto, de acordo com registros do SteamDB, a página foi removida em 25 de julho. A Valve justificou a remoção alegando “conteúdo sexual com representações de pessoas reais”.
A desenvolvedora contestou a interpretação. Segundo o estúdio, o jogo não contém nudez sem censura, pornografia ou atos sexuais explícitos. Todo o material seria apenas implícito, informou a DreadXP.
Distribuição independente e modelo de doação
Após o veto, o estúdio optou por disponibilizar o jogo diretamente no site Vileisbanned. O download é gratuito, e os usuários podem contribuir com doações voluntárias. Metade de toda a receita será destinada ao Red Door Family Shelter, organização canadense que apoia famílias, refugiados e mulheres vítimas de violência.
“Assim que percebemos que o jogo havia sido banido, discutimos internamente o que poderíamos fazer para apoiar a criadora e sua obra”, declarou Hunter Bond, diretor da DreadXP. A escolha por uma distribuição descentralizada visou impedir futuras remoções por decisões de uma única plataforma, explicou o executivo.
Entenda o contexto do banimento de jogos adultos na Steam
Pressão de processadoras de pagamento
A Valve mantém, há anos, uma regra que proíbe representações de pessoas reais em conteúdos adultos. Em julho, a Steam e a Itch.io intensificaram a aplicação dessas diretrizes após pedidos de empresas de cartão de crédito, incluindo Visa, Mastercard, PayPal e Stripe. As processadoras foram alertadas por uma carta aberta do coletivo antipornografia australiano Collective Shout, encaminhada em 14 de julho.
O documento acusava as lojas digitais de hospedarem títulos com estupro, incesto e violência sexual, e solicitava a suspensão de serviços financeiros caso os jogos não fossem removidos. A mobilização resultou no banimento de diversos títulos +18, inclusive obras com conteúdo consensual e produções com temática LGBTQIAPN+.
Reação da comunidade de jogadores
Usuários organizaram protestos online, criaram petições e pressionam diretamente as plataformas. Uma das petições ultrapassou 147 mil assinaturas, defendendo a liberdade de expressão e criticando o impacto da medida em jogos que não apresentam violência sexual ou conteúdo extremo.
Críticos temem que a exclusão de material sexual consensual abra precedente para a remoção de obras não sexuais, afetando criadores independentes e reduzindo a diversidade de temas nos jogos.

Imagem: tecmundo.com.br
Caminhos alternativos para desenvolvedores independentes
Licenças abertas como forma de resistência
A liberação de Vile: Exhumed sob licença Creative Commons permite que jogadores distribuam e modifiquem o título, desde que mantenham atribuição à autora. Para a Cara Cadaver, a medida garante que o jogo continue acessível mesmo que outras plataformas adotem políticas semelhantes à Steam.
Com a distribuição independente, o estúdio também evita taxas cobradas por lojas digitais e mantém controle direto sobre atualizações e comunicação com a comunidade.
Impacto financeiro e solidariedade
Embora a remoção da Steam possa reduzir o alcance e a receita tradicional, a DreadXP afirma que o modelo de doação fortalece laços com o público e cria engajamento positivo. A destinação de 50% dos lucros ao Red Door Family Shelter acrescenta um componente social à campanha.
“Diante das tentativas generalizadas de censura, não queríamos meias medidas. Optamos por um lançamento que enviasse a mensagem mais forte possível”, completou Hunter Bond.
Próximos passos para Vile: Exhumed e para o mercado de jogos adultos
O estúdio planeja manter atualizações regulares no site dedicado, além de promover eventos de comunidade para discutir temas de liberdade de expressão. Paralelamente, desenvolvedores independentes avaliam a criação de plataformas próprias ou o uso de blockchains para a distribuição de conteúdo sensível.
A discussão sobre a regulamentação de jogos adultos segue em aberto, com expectativa de novas manifestações de players, desenvolvedores, plataformas e entidades financeiras nas próximas semanas.
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