A adoção de inteligência artificial na área de compras começa a mudar a rotina de empresas brasileiras e globais, indicando uma nova etapa de eficiência operacional. Embora o procurement ainda figure entre os setores menos digitalizados, indicadores recentes apontam que a tecnologia já impacta custos, produtividade e qualidade das decisões de compra.
IA nas compras corporativas ganha espaço estratégico
Levantamento da IBM mostra que 35% das companhias no mundo utilizam IA e 42% avaliam implantações futuras. No Brasil, a taxa de uso sobe para 41%, índice acima da média global. Mesmo assim, a área de compras permanece com baixa digitalização, abrindo espaço para ganhos competitivos relevantes.
Por que o procurement é chave para o orçamento
O departamento responde por grande parte dos gastos empresariais. Processos operacionais extensos exigem tempo excessivo dos profissionais, limitando análises estratégicas. A inteligência artificial surge como recurso para automatizar tarefas repetitivas e liberar o time para negociações e gestão de riscos.
Benefícios medidos em custos e produtividade
Relatório da Oracle indica que a aplicação de IA pode reduzir em até 80% o tempo dedicado a atividades operacionais de compras. A consultoria McKinsey calcula economias de até 10% no orçamento e avanço de 40% na produtividade quando a tecnologia é integrada aos fluxos de procurement.
Redução de custos diretos
Algoritmos identificam padrões de preços, consolidam dados históricos e sugerem alternativas de fornecedores em tempo real. Com isso, as empresas obtêm melhores condições de negociação e evitam compras acima do mercado.
Aumento de produtividade
Ao assumir tarefas como análise de propostas e cruzamento de requisitos, a IA diminui retrabalhos e agiliza aprovações internas. O resultado é ganho de velocidade em ciclos de compra e liberação de recursos humanos para etapas estratégicas.
Exemplo prático: aplicação da tecnologia no processo de RFQ
A Nimbi decidiu inserir inteligência artificial diretamente no RFQ (Request for Quotation). O sistema sugere fornecedores de acordo com histórico de compras, conexões pré-existentes e novos participantes da rede da companhia.
Números da plataforma
Em menos de dois meses de operação, 10% das solicitações de cotação foram criadas com apoio da IA. Entre os convidados por esse método, 42% aceitaram participar das concorrências e 30% tornaram-se vencedores, indicando aumento de engajamento e assertividade na seleção.

Imagem: tecmundo.com.br
Impacto nos processos
Além de reduzir o tempo dedicado a tarefas manuais, o recurso melhora a qualidade das decisões. A triagem automatizada recorre a grandes volumes de dados para encontrar fornecedores com maior aderência técnica e condições comerciais competitivas.
Segurança de dados e infraestrutura
Com cifras elevadas em jogo, proteção de informações sensíveis é fator decisivo. Plataformas hospedadas em nuvens como a AWS oferecem escalabilidade alinhada a padrões rígidos de conformidade, atendendo exigências de confidencialidade e integridade de dados.
Governança e mitigação de vieses
Especialistas alertam que algoritmos devem ser acompanhados por políticas internas claras. Sem supervisão humana, há risco de vieses ou decisões desalinhadas às estratégias corporativas. Por isso, empresas investem em diretrizes de uso, capacitação de equipes e auditorias regulares.
Perspectivas para o futuro do procurement
Os resultados iniciais sugerem que a adoção de inteligência artificial em compras corporativas tende a se tornar padrão de mercado. Organizações que implantarem soluções agora poderão diferenciar-se em agilidade, economia e qualidade de fornecimento.
Foco em atividades de alto valor
Com rotinas automatizadas, profissionais de compras ganham tempo para avaliar riscos, negociar contratos complexos e estreitar parcerias estratégicas. A tecnologia não substitui o humano, mas amplia sua capacidade de análise e tomada de decisão.
À medida que a maturidade digital avança, a expectativa é de que mais empresas integrem IA aos sistemas de procurement, consolidando uma mudança estrutural no gerenciamento de gastos. O movimento indica que eficiência, velocidade e inteligência de dados se tornarão requisitos básicos para a competitividade nos próximos anos.