Inteligência artificial redefine criatividade e mercado publicitário
O uso da inteligência artificial (IA) em campanhas de marketing cresce rapidamente, mas não substitui o olhar humano, segundo o criador de conteúdo e consultor Paulo Aguiar. No podcast Deu Tilt, do UOL, ele analisou impactos da tecnologia, destacou mudanças nas regras do festival Cannes Lions e explicou por que a qualidade das ideias continua sendo o fator decisivo.
Cannes Lions endurece regras após fraude com IA
A próxima edição do Cannes Lions, um dos principais festivais de publicidade do mundo, adotará punições mais severas. Participantes flagrados manipulando materiais com IA de forma irregular serão banidos. A decisão foi tomada depois que a agência DM9 perdeu o Grand Prix em Creative Data por uso inadequado de imagens geradas artificialmente na campanha “Economia Eficiente de Energia”, criada para a Consul.
Paulo Aguiar: “IA acelera, mas não cria talento”
Com mais de dez anos em agências e hoje consultor e professor, Aguiar considera a IA uma espécie de copiloto. “A IA não te faz mais criativo, mas acelera o processo”, afirmou. Para ele, boas ideias ganham escala, enquanto conceitos fracos apenas chegam ao resultado ruim de maneira mais rápida.
Aguiar utiliza a tecnologia para organizar pensamentos e testar possibilidades. Ele aconselha profissionais a identificarem em que etapa a IA se encaixa melhor no próprio fluxo de trabalho. “Pedidos genéricos geram respostas genéricas”, reforçou, recomendando inserir material autoral nos prompts para evitar resultados pasteurizados.
Conteúdo 100% humano tende a ficar mais caro
À medida que ferramentas de IA se tornam padrão, Aguiar prevê valorização de peças criadas exclusivamente por pessoas. A autenticidade pode virar diferencial competitivo, elevando preços. Paralelamente, equipes que dominam IA já substituem estruturas maiores, afetando salários e demanda em funções como revisão, legendagem e trilhas sonoras.
Ferramentas como ChatGPT e Midjourney mudam rotinas nas agências
No dia a dia de Aguiar, chatbots como ChatGPT e Gemini servem para brainstorming; o Midjourney materializa imagens; ferramentas como Cling e Veo3 geram vídeos; e o Suno cria trilhas. Ele relata produzir até 20 roteiros com IA antes de reescrevê-los manualmente. O processo técnico é otimizado, mas a edição final continua insubstituível pelo toque humano.
Para o consultor, a IA “facilita o trabalho dos medíocres”, pois permite entregar algo razoável rapidamente. Por outro lado, quem busca excelência e domina as ferramentas amplia resultados sem perder qualidade.

Imagem: uol.com.br
Automação avança, mas visão criativa segue humana
Aguiar avalia que o futuro do marketing será “cada vez mais automatizado” em tarefas operacionais, como pesquisa de dados e organização de conteúdo bruto. Ferramentas que transcrevem reuniões ou preparam apresentações já reduzem erros e retrabalho.
Mesmo assim, ele acredita que aspectos que dão personalidade às marcas — tom de voz, reputação e conexão emocional — continuarão dependentes das pessoas. “Depois do prompt, vem o bom gosto”, resumiu.
Embora a IA transforme funções e pressione modelos de remuneração, Aguiar defende que resultados entregues com maior eficiência deveriam, em tese, ser mais valorizados. O risco, segundo ele, é a banalização, caso empresas aceitem trabalhos medianos em nome de custos mais baixos.
No cenário traçado pelo especialista, profissionais que combinarem domínio técnico das ferramentas com senso crítico e visão estratégica manterão relevância. A tecnologia amplia possibilidades, mas a decisão final sobre o que é bom ou ruim segue sendo humana.
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