TÍTULO: Intel reduz projetos próprios e levanta dúvidas sobre futuro da inovação no PC
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Intel e a guinada estratégica que ameaça seu papel histórico no PC
A Intel, responsável por alguns dos principais avanços do ecossistema de computadores nas últimas décadas, mudou de rota nos últimos anos. Depois de encolher operações, vender a divisão Next Unit of Computing (NUC) para a Asus e encerrar iniciativas internas, a companhia sinaliza que a fase de investimentos em projetos “visionários” pode ter chegado ao fim.
Quem: Intel, hoje sob a gestão de Lip-Bu Tan
Durante teleconferência de resultados, o executivo declarou: “Não acredito que, se você construir, eles virão. Sob minha liderança, construiremos o que o cliente precisa, quando precisar.” A frase resume a nova postura, focada em demanda imediata e rentabilidade.
O que mudou: venda da linha NUC e cortes de divisões inteiras
Lançada em 2013, a família NUC popularizou o conceito de mini-PCs. Em 2023, porém, a Intel decidiu sair desse mercado e transferiu o negócio para a Asus, encerrando uma era de experimentação em formatos compactos.
Outras áreas também foram afetadas. Projetos como RealSense (câmeras 3D) e Optane (memória de alta velocidade) foram descontinuados, enquanto equipes dedicadas a soluções emergentes enfrentaram demissões e realocação.
Contribuições que definiram o passado do PC
USB, Wi-Fi, Bluetooth e Thunderbolt
A Intel colaborou no USB 1.0 ainda nos anos 1990, ajudando a padronizar a interface mais usada do mundo. A empresa também impulsionou módulos Wi-Fi e Bluetooth confiáveis em milhões de laptops, tornando conexão sem fio um requisito básico. Já o Thunderbolt, apresentado em 2011, elevou velocidades de transferência e alimentou monitores, periféricos e estações externas de GPU.
NUC e o incentivo a formatos reduzidos
Em 2014, o então recém-lançado NUC chamou atenção por concentrar hardware de notebook em caixas de poucos centímetros. A aceitação corporativa abriu caminho para fabricantes menores ampliarem a oferta de mini-PCs baratos, hoje presentes em escritórios, salas de aula e residências.
Optane, Unison e outras experiências
Mesmo sem atingir grande escala, a memória Optane demonstrou como bajar latências poderia acelerar sistemas. Unison, por sua vez, aproximou PCs de smartphones ao espelhar notificações e arquivos. Esses exemplos ilustram a disposição histórica da Intel em testar caminhos antes de haver mercado consolidado.
Quando e por que a retração ganhou força
Do crescimento à racionalização
A partir de 2020, a Intel enfrentou competição crescente da AMD em CPUs e viu fabricantes asiáticos avançarem em semicondutores. A empresa reagiu com reestruturações internas, priorizando linhas rentáveis e a atualização de nós de fabricação, como o anunciado processo 14A.

Imagem: Alaina Yee via pcworld.com
Pressão de acionistas e cenário de mercado
A desaceleração do consumo de PCs após o pico da pandemia reduziu receitas. Paralelamente, investidores exigiram margens mais altas. O resultado foi uma política de concentração em produtos com retorno claro e corte de iniciativas experimentais.
Impacto: o que pode ficar pelo caminho
Menos protótipos, menos referência para a indústria
A Intel costumava atuar como “campeã” do setor, lançando conceitos que, mesmo não lucrativos, direcionavam concorrentes e parceiros. Sem essa vitrine, avanços como mini-PCs modulares, novas interfaces de alta velocidade ou soluções de memória não volátil podem demorar a surgir.
Consumidores podem perder opções
A venda da NUC deixa entusiastas de PCs compactos dependentes de terceiros. O encerramento de RealSense e Optane reduz alternativas para desenvolvedores que exploravam sensores 3D ou latências ultrabaixas.
Como a Intel pretende avançar
Foco em nós de fabricação e necessidades imediatas
Segundo Lip-Bu Tan, o objetivo é alinhar produção ao que o mercado requisita, começando pelo processo 14A. A empresa quer mostrar competitividade frente a rivais que já fabricam chips em nós mais avançados.
Parceiras para reduzir riscos
A transferência do NUC para a Asus ilustra a nova estratégia: em vez de assumir todo o risco de um projeto, a Intel prefere licenciar ou vender tecnologias, mantendo participação indireta.
Perspectivas: a era dos “campeões” pode terminar?
Nos últimos 40 anos, a Intel influenciou design, conectividade e desempenho dos PCs. A contração atual, motivada por custos e competição, sinaliza que o ciclo de lançamentos vanguardistas pode desacelerar. Sem um agente disposto a bancar ideias antes do tempo, a evolução do computador pessoal pode depender mais de startups ou de fabricantes que assumam o papel que a Intel exerceu durante décadas.
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