O Instagram iniciou nos Estados Unidos um experimento que insere intervalos publicitários obrigatórios entre postagens, medida que gerou forte insatisfação entre usuários da plataforma.
Impacto no uso do Instagram
Até o momento, o aplicativo permitia avançar rapidamente pelos anúncios com um simples deslizar de dedo.
Com o novo formato, o conteúdo patrocinado trava a rolagem por alguns segundos, impedindo qualquer interação até o término da exibição.
Relatos compartilhados em redes sociais indicam que a interrupção aparece após certo tempo de navegação no feed, nos Stories ou nos Reels.
Em mensagens públicas, diversos usuários afirmaram considerar a desinstalação do serviço caso o recurso seja implementado de forma permanente.
Posicionamento do Instagram
O porta-voz Matthew Tye confirmou ao veículo The Verge que a Meta conduz os testes para avaliar formas de gerar maior retorno aos anunciantes.
Segundo ele, a companhia costuma experimentar variados formatos antes de decidir sobre adoção ou descarte definitivo.
Apesar das críticas, ainda não há definição de cronograma nem garantia de expansão da medida para outros mercados além dos Estados Unidos.
A Meta sustenta que analisa métricas de engajamento e feedback do público para fundamentar qualquer decisão futura.
O histórico da empresa mostra que algumas funções em avaliação podem ser modificadas, reduzidas ou abandonadas após a fase piloto.
Nesse cenário, usuários norte-americanos aguardam sinais de recuo ou ajustes enquanto expressam descontentamento nas plataformas rivais.
Vídeos postados no X e em fóruns do Reddit exibem a rolagem travada junto a um contador que informa o tempo restante do anúncio.
Esses registros reforçam a percepção de que o teste impõe, de fato, uma pausa forçada na experiência padrão de navegação.
Comparações com jogos mobile, onde anúncios não puláveis são comuns, ajudam a explicar o modelo adotado pela rede social.
Nesses aplicativos, o usuário costuma assistir a vídeos patrocinados para obter recompensas ou liberar nova fase, prática que agora migra para o ambiente de mídia social.
No caso do Instagram, não há contrapartida direta além da retomada da rolagem após o término da peça comercial.
Especialistas em publicidade digital observam que formatos amplamente intrusivos podem elevar a taxa de rejeição caso não sejam calibrados de forma cuidadosa.
Além do potencial desgaste de marca, existe o risco de migração de audiência para plataformas concorrentes menos restritivas.
Por outro lado, anunciantes buscam garantir visualização integral de suas campanhas, algo nem sempre alcançado com anúncios que podem ser pulados imediatamente.
O desempenho financeiro da Meta depende em grande parte de receitas publicitárias, motivando a exploração de soluções que aumentem o tempo efetivo de exposição.
Ao testar o novo recurso, a empresa tenta equilibrar interesses comerciais com a manutenção do engajamento dos usuários.
Até que a decisão final seja anunciada, a repercussão negativa segue como principal obstáculo à adoção ampla do formato.
Essa não é a única novidade em avaliação na plataforma: outro teste em curso aplica rolagem automática aos Reels, avançando para o próximo vídeo sem intervenção manual.
Embora pensada para oferecer consumo contínuo, a função suscita debates sobre possível incentivo a uso prolongado e aumento de dependência.
A Meta controla ainda Facebook, WhatsApp e outras soluções digitais, mantendo histórico de implementar gradualmente recursos experimentais após períodos de teste restrito.
Por ora, a introdução de anúncios obrigatórios segue limitada a um grupo de usuários nos Estados Unidos, sem previsão de expansão para o público global.