Debate sobre adultização infantil ganha força após vídeo de Felca
Um vídeo do youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, impulsionou a discussão sobre adultização infantil nas redes sociais e provocou reações imediatas de autoridades, Congresso e governo federal.
Quem é Felca e por que sua voz repercutiu
Felca acumula milhões de seguidores em plataformas de vídeo e redes sociais. Ele iniciou a carreira com paródias e esquetes de humor, mas passou a abordar temas sociais nos últimos anos, ampliando a audiência e a influência no debate público.
A denúncia sobre exposição sexual de crianças marca o momento mais incisivo de sua trajetória. O conteúdo, publicado em abril, transformou a pauta em tendência nacional, ultrapassou 37 milhões de visualizações e foi compartilhado por artistas e parlamentares de diferentes partidos.
Vídeo exibe casos de hipersexualização e critica plataformas
No material, Felca mostra postagens de meninas em contextos sexualizados. Ele questiona a ausência de moderação, acusa redes e anunciantes de lucrar com o engajamento gerado por esse conteúdo e responsabiliza familiares que autorizam as gravações.
O influenciador sustenta que algoritmos de recomendação ampliam a circulação dos vídeos, aumentando ganhos financeiros de criadores e empresas. A repercussão gerou cobranças públicas por ações mais firmes das plataformas digitais.
Investigação de Hytalo Santos expõe riscos da exposição infantil
Poucos dias após a viralização, o Ministério Público da Paraíba abriu investigação sobre o influenciador Hytalo Santos, acusado de adultização infantil. A Justiça determinou a retirada de todos os perfis dele de Instagram, TikTok e YouTube, bloqueou a monetização e proibiu contato direto com menores.
A decisão, de caráter liminar, obriga as empresas de tecnologia a cumprir a suspensão imediatamente. O processo segue em sigilo, mas tornou-se exemplo de como autoridades podem reagir quando há indícios de exploração de crianças na internet.
Reação política: projetos e possível CPI
No Congresso, deputados e senadores de partidos como PT, PSOL, União, PL, PDT e MDB apresentaram mais de 30 projetos de lei focados na proteção de crianças on-line. O presidente da Câmara instalou um grupo de trabalho para consolidar propostas que tipificam a adultização infantil e impõem responsabilidade direta às plataformas.
Parlamentares também articulam a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a exposição de crianças em redes sociais. A intenção é reunir especialistas em tecnologia, assistência social e direito digital para recomendar mudanças legislativas.

Imagem: uol.com.br
Governo anuncia proposta para regular big techs
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o Palácio do Planalto enviará ao Congresso um projeto de regulação de grandes empresas de tecnologia. O texto deve prever sanções judiciais a companhias que hospedem ou monetizem conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes.
Segundo o ministro, a iniciativa será integrada a discussões existentes sobre inteligência artificial e moderação de conteúdo, buscando unificar a atuação do Executivo com o Legislativo.
O que é adultização infantil e quais normas já existem
Especialistas definem adultização como a imposição de comportamentos, roupas ou papéis de adultos a crianças. No ambiente digital, a prática se confunde com hipersexualização precoce e exploração comercial, aumentando riscos de violência física, psicológica e sexual.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) dá base legal para ações de controle. O artigo 5º proíbe negligência, exploração ou violência; o artigo 17 protege a honra, a imagem e a identidade; e o artigo 18 impõe dever de resguardar crianças de qualquer constrangimento.
Esses dispositivos permitem responsabilizar indivíduos, familiares, empresas de produção de conteúdo e plataformas que se beneficiem da exposição indevida.
Próximos passos do debate público
Com mais usuários cobrando transparência de algoritmos e maior moderação, redes sociais reforçaram que mantêm equipes dedicadas à proteção de menores. Parlamentares prometem votar projetos unificados até o segundo semestre, enquanto o governo trabalha no texto de regulação das big techs.
O caso Felca revela a velocidade com que um conteúdo viral pode deslocar a discussão da internet para o campo jurídico e político. O tema segue em pauta, envolvendo influenciadores, famílias, empresas e autoridades em busca de um equilíbrio entre liberdade de expressão e proteção integral de crianças e adolescentes.
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