Gestão de dados se tornou imperativo
Em 22 de julho de 2025, o diretor comercial Marcelo Araújo chamou a atenção do mercado para um risco silencioso. Segundo o executivo, organizações de todos os portes continuam tratando contratos, e-mails e laudos como simples arquivos de rotina, quando na prática abrigam informações estratégicas.
O alerta foi direcionado a empresas que se declaram orientadas a dados, mas mantêm milhões de documentos espalhados em pastas sem padrão. Esse material compõe um capital informacional capaz de embasar decisões, acelerar processos e reduzir custos, desde que devidamente estruturado.
Ainda assim, iniciativas básicas de governança documental permanecem negligenciadas. Muitas corporações investem em plataformas sofisticadas de análise, porém não aplicam políticas mínimas de catalogação e controle de versões, o que inviabiliza o acesso rápido a evidências críticas.
A consequência imediata é a perda de eficiência. Equipes gastam horas procurando registros que deveriam estar disponíveis em segundos. Quando encontram, nem sempre confiam na atualização do conteúdo, o que compromete auditorias, renegociações contratuais e atendimento a clientes.
A problemática afeta também projetos de transformação digital. Soluções de inteligência artificial exigem dados consistentes para gerar análises confiáveis. Sem conteúdo bem classificado, algoritmos recebem insumos incompletos, reduzindo a precisão de modelos preditivos e automações.
Dados estruturados impulsionam competitividade
A visão apresentada por Araújo reposiciona documentos como parte do core business. Em relatórios de maturidade digital, as companhias mais eficientes são justamente aquelas que tratam notas fiscais, propostas comerciais e vídeos de treinamento como ativos vivos, sujeitos a controles rigorosos.
Essas organizações enxergam o conteúdo como elo entre conhecimento e execução. Processos de captura, indexação e retenção obedecem a políticas claras, garantindo que informações críticas fiquem acessíveis mediante poucos cliques, com rastreabilidade completa e níveis de permissão adequados.
O benefício vai além do ganho operacional. Governança bem definida reduz riscos regulatórios, pois facilita a localização de documentos exigidos por órgãos fiscais ou de supervisão setorial. Ao mesmo tempo, protege a reputação corporativa ao evitar extravios e vazamentos.
O movimento demanda mudança cultural. Times precisam entender que alterar o nome de um arquivo, indicar palavras-chave corretas ou inserir metadados não é tarefa burocrática, mas parte da estratégia de geração de valor. Sem esse comprometimento, ferramentas não entregam o retorno esperado.
Para Araújo, o passo inicial é inventariar todo o acervo e definir taxonomias que reflitam a realidade de cada área de negócio. Em seguida, a empresa deve adotar plataformas que integrem captura, armazenamento, busca e descarte seguro, promovendo ciclos permanentes de revisão.
Outra recomendação envolve treinamento contínuo. Colaboradores aprendem a classificar documentos na origem, evitando que a desorganização se acumule. Com práticas uniformes, gestores passam a confiar nos indicadores extraídos e podem utilizar analytics para identificar tendências ou gargalos.
No cenário competitivo atual, o diferencial não está apenas em coletar mais dados, e sim em converter documentos em inteligência acionável. Organizações que conseguirem integrar conteúdo não estruturado às suas estratégias terão respostas mais rápidas a mudanças de mercado e requisitos de clientes.
Especialistas reforçam que o custo de ignorar essa agenda é crescente. Enquanto empresas resistentes perdem produtividade e convivem com incertezas jurídicas, aquelas que tratam seus dados com rigor ganham agilidade, transparência e capacidade de inovação, posicionando-se à frente em seus setores.