Death Stranding 2: On the Beach, lançado pela Kojima Productions, amplia a história do primeiro jogo, mas enfrenta fortes críticas quanto à acessibilidade. Uma análise realizada por jogador com baixa visão aponta falhas graves em menus, legendas e ajustes de jogabilidade, impedindo parte do público de concluir a campanha.
Interface e legendas prejudicam usuários com deficiência visual
Ausência de menu dedicado à acessibilidade
Ao iniciar o título, o usuário não encontra qualquer tela inicial específica para configurações inclusivas. Faltam instruções introdutórias, sugestões de ajustes ou atalhos rápidos que atendam necessidades de jogadores com diferentes limitações.
Essa carência sinaliza, logo no primeiro contato, a pouca prioridade dada ao tema. Com isso, pessoas que dependem de tutoria adequada podem abandonar o jogo antes mesmo de explorar seus recursos.
Textos pequenos e contraste insuficiente
Nos menus, a tipografia padrão é considerada reduzida para leitura confortável. A transparência de fundo compromete o contraste, dificultando ainda mais a navegação para quem possui baixa visão ou dislexia.
O título não oferece opções para ampliar fonte, alterar cor de elementos ou aplicar planos opacos. Ajustes de interface ficam limitados a ativar ou desativar ícones, recurso visto como básico em produções atuais.
Legendagem limitada e sem personalização
As legendas exibem apenas o nome do personagem que fala. Não há possibilidade de ajustar tamanho, habilitar fundo sólido ou destacar palavras-chave, tampouco indicação visual de efeitos sonoros para usuários surdos.
Faltam ainda filtros para daltônicos ou legendas ocultas completas, práticas já incorporadas em outros jogos recentes. O resultado é uma experiência incompleta e cansativa para diversos perfis de público.
Ajustes de dificuldade não compensam barreiras
O jogo apresenta quatro níveis: História, Casual, Normal e Brutal, alteráveis a qualquer momento. Entretanto, não há subdivisão entre combate, exploração e quebra-cabeças, recurso que em outros títulos permite personalizar trechos específicos.
Sem essa granularidade, a redução geral de desafio pouco ajuda quem precisa manejar obstáculos visuais, motores ou cognitivos pontuais. A crítica ressalta que dificuldade e acessibilidade são temas distintos, mas que poderiam trabalhar juntos.

Imagem: tecmundo.com.br
Gameplay mantém proposta original, mas ignora adaptações
A mecânica central continua focada na entrega de cargas por cenário aberto, exigindo estratégia para superar terrenos irregulares e criaturas hostis. Contudo, fora uma assistência de mira básica, não há ferramentas inclusivas adicionais.
A ausência de opções como navegação guiada, feedback visual destacado ou pistas auditivas customizáveis limita a progressão de jogadores com deficiências sensoriais. Para eles, a exploração se transforma em barreira intransponível.
Controles oferecem algum alívio, porém permanecem restritos
Opções disponíveis
É possível desativar sensores de movimento, alternar entre pressionar ou tocar botões para ações contínuas e ajustar a zona morta dos analógicos. Essas escolhas beneficiam usuários com limitações motoras.
Apesar disso, o título não permite remapeamento completo dentro do próprio jogo. A função existe no sistema do PlayStation 5, mas muitos usuários desconhecem o caminho, tornando o processo menos intuitivo que o ideal.
Impacto financeiro e frustração do público PCD
Com preço sugerido de R$ 400 na versão digital, a ausência de recursos inclusivos representa risco alto para consumidores com necessidades específicas. O revisor, que recebeu cópia gratuita, afirma não ter conseguido finalizar a campanha devido às barreiras encontradas.
A crítica reforça que, em 2025, grandes produções devem considerar normas de acessibilidade desde a concepção. A falta de ferramentas básicas, segundo o relatório, distancia potenciais jogadores e gera sensação de desrespeito a esse público.
Death Stranding 2: On the Beach permanece aguardado por fãs da franquia, mas a avaliação aponta que, sem atualizações focadas em inclusão, o título pode continuar inacessível a parte significativa da comunidade gamer.