Curiosity completa 13 anos em Marte com novas habilidades de autonomia
Missão iniciada em 2012 mantém robô ativo além do previsto
Em 5 de agosto de 2012, a NASA pousou na cratera Gale o Mars Science Laboratory, levando a bordo o rover Curiosity. A missão, planejada para durar um ano marciano — cerca de 687 dias terrestres — alcançou o 13º aniversário com o veículo em operação plena.
Nesse período, o robô percorreu mais de 35 km, registrou 709 mil imagens e perfurou 42 amostras de rocha, revelando detalhes sobre a geologia e a história hídrica do Planeta Vermelho.
Veículo robusto depende da fonte de plutônio
O Curiosity mede 2,2 m de altura, 2,7 m de largura e 3 m de comprimento, com massa aproximada de 900 kg. A energia vem de um Gerador Termoelétrico de Radioisótopos Multimissão (MMRTG) que utiliza plutônio-238. O dispositivo foi projetado para no mínimo 14 anos de funcionamento, o que garante, na avaliação dos engenheiros, pelo menos mais um ciclo anual de pesquisa se não ocorrer falha mecânica grave.
Com o decaimento gradual do plutônio, a potência disponível cai lentamente, exigindo ajustes constantes na agenda científica do robô.
Eficiência energética do rover em Marte
Combinar tarefas reduz consumo diário
Desde 2021, a equipe do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) passou a testar rotinas que permitem ao rover executar atividades simultâneas. Agora, o Curiosity pode transmitir dados para satélites em órbita, mover o braço robótico e captar imagens na mesma janela operacional. A prática corta o tempo de uso de aquecedores e instrumentos, economizando bateria.
Segundo a NASA, o método elevou a produtividade sem aumentar o risco das operações, pois o software de bordo monitora temperatura, radiação e outros parâmetros críticos em tempo real.
Autonomia para “sonecas” poupa minutos que viram horas
Outra medida implementada foi permitir que o próprio veículo encerre cedo um bloco de tarefas concluído antes do previsto. Se terminar uma perfuração ou deslocamento com folga de tempo, o sistema entra em modo de repouso, reduzindo o consumo de energia ociosa. Pequenas economias de minutos em cada sol (dia marciano) se convertem em horas adicionais de ciência ao longo de anos.
Imagem: olhardigital.com.br
Adaptações mecânicas prolongam a vida útil
Broca e rodas recebem atenção após uso intenso
A broca utilizada para coletar amostras de rochas apresentou desgaste após centenas de perfurações. Engenheiros ajustaram o mecanismo e reconfiguraram comandos para manter a precisão das amostras.
As rodas de alumínio, expostas a pedras afiadas, também exigiram soluções. Algoritmos de navegação passaram a escolher trajetos que minimizam impactos nas superfícies metálicas. Mesmo com furos visíveis, testes indicam que o conjunto ainda suporta muitos quilômetros; se necessário, partes danificadas podem ser removidas para evitar danos maiores.
Falha em câmera foi contornada sem perder qualidade de imagem
Quando um dos filtros de cor de uma câmera panorâmica travou, a equipe desenvolveu rotinas de captura que contornam o componente afetado. O ajuste manteve a produção de mosaicos em alta resolução, essenciais para o planejamento de rotas e análises geológicas.
Próximos passos da exploração
Cientistas miram novas camadas da cratera Gale
Com os sistemas estáveis, o Curiosity continuará subindo o Monte Sharp, estrutura central da cratera Gale formada por sedimentos depositados ao longo de bilhões de anos. Os geólogos pretendem investigar camadas que podem conservar registros sobre a presença de água e possíveis ambientes habitáveis do passado marciano.
Enquanto a fonte nuclear sustentar a demanda de energia e os componentes mecânicos permanecerem operacionais, a missão seguirá coletando dados que apoiam futuras missões tripuladas e ampliam o conhecimento sobre a evolução geológica de Marte.
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