Los Angeles – Os influenciadores Kris Collins, conhecida como KallMeKris, e Celina Myers, a Celina Spooky Boo, uniram forças com o editor Jason-Christopher Mayer para produzir “House on Eden”, filme de terror em estilo found footage que chega aos cinemas nesta sexta-feira.
Da tela do celular ao cinema: como surgiu House on Eden
Ideia anunciada na VidCon 2023
Collins e Myers acumulam, respectivamente, 51 milhões e 29 milhões de seguidores no TikTok. Em meio a painéis e encontros com fãs, anunciaram na VidCon 2023 que fariam um longa, mesmo sem roteiro pronto. O anúncio funcionou como compromisso público e acelerou o projeto.
Roteiro criado em madrugadas e produção em um ano
Semanas após a feira, Collins enviou áudios na madrugada aos parceiros descrevendo cenas que começavam com uma dioneia. Desses memorandos nasceu um esboço detalhado. O trio refinou a estrutura ao longo de meses e marcou as filmagens para o mesmo período do ano seguinte, completando o ciclo criativo em cerca de doze meses.
Filmagens concluídas em sete dias
Equipe enxuta e orçamento reduzido
O longa foi rodado em apenas sete dias, com orçamento estimado em 10 mil dólares. A limitação financeira definiu um time compacto, permitindo que os próprios criadores acumulassem funções diante e atrás das câmeras. Esse modelo agilizou decisões e encurtou a cadeia de aprovação.
Vantagens do formato found footage
O formato de gravação em “found footage” facilitou a produção. Câmeras leves, poucos cenários e estética documental conversam com a linguagem já dominada pelo grupo em vídeos paranormais para a internet. Além do baixo custo, o estilo exigiu menos iluminação e equipe técnica reduzida.
Influência da experiência como criadores digitais
Planejamento rápido e improviso no set
Acostumados a publicar conteúdos quase diários, Collins e Myers trouxeram à filmagem ritmo de criação acelerado. O roteiro funcionava como guia, mas muitas falas nasceram de improviso, explorando a química desenvolvida em cinco anos de colaborações online. Essa flexibilidade manteve o cronograma apertado sob controle.

Imagem: mashable.com
Marketing voltado às redes sociais
A base de seguidores serviu como laboratório de divulgação. O trio testou cortes curtos, sons em alta no TikTok e esquetes cômicos para apresentar “House on Eden” ao público. A estratégia busca converter cliques em ingressos, criando curiosidade sem depender de campanhas tradicionais de estúdio.
Expectativa para a estreia
Lançamento em mais de 1.500 salas nos EUA
Apesar de independente, o filme garantiu distribuição em cerca de 1.500 cinemas norte-americanos. Para Mayer, alcançar essa rede com um projeto de baixo orçamento é raro e coloca o longa diretamente diante de fãs de terror, nicho conhecido por lealdade e avaliação rígida.
Desafios de esperar o filme chegar ao público
Ao contrário dos vídeos publicados instantaneamente nas redes, a pós-produção e o calendário de lançamento estenderam a espera por quase um ano. Collins relata ansiedade típica de criadores digitais acostumados a receber retorno imediato. Mesmo assim, afirma que o período maior permitiu autocrítica e lições para futuros projetos.
Com “House on Eden”, Collins, Myers e Mayer atravessam a chamada “teto de vidro” da criação online, testando se a influência conquistada em telas pequenas se converte em bilheteria nas grandes salas. O resultado desse experimento de sete dias de filmagem e milhões de seguidores será medido a partir desta sexta-feira, quando o público finalmente conhecerá a história surgida de uma ideia enviada por mensagem de voz às três da manhã.