Cicatrização de feridas: como o corpo reage a uma lesão
Quando a continuidade da pele é rompida, o organismo dispara um conjunto ordenado de respostas para restaurar a barreira protetora. Esse processo, chamado cicatrização, envolve diferentes tipos celulares, mediadores químicos e reações bioquímicas que atuam em sequência.
O mecanismo vale para cortes superficiais na epiderme e também para lesões profundas que alcançam músculos, vasos ou ossos. A seguir, veja as quatro fases clássicas, seus objetivos e o tempo aproximado de duração.
Fase de hemostasia: contenção imediata do sangramento
Ocorrida nos primeiros minutos, a hemostasia restringe a perda de sangue. Há vasoconstrição na região e as plaquetas se aderem ao tecido exposto, formando um coágulo de fibrina. A estrutura funciona como tampão físico, bloqueia a entrada de micro-organismos e cria a base sobre a qual as demais fases evoluirão.
Fase inflamatória: defesa e limpeza do local
Entre 24 e 72 horas após a lesão, neutrófilos e macrófagos migram para a ferida. Eles fagocitam bactérias e restos celulares, reduzindo o risco de infecção. Essas células também liberam citocinas que atraem fibroblastos e promovem o início da reparação tecidual.
Fase de proliferação: formação de novo tecido
Alguns dias depois, surge o tecido de granulação, rico em capilares recém-formados. Fibroblastos depositam colágeno tipo III, responsável por dar sustentação provisória. Células epiteliais avançam pelas bordas (reepitelização), enquanto miofibroblastos contraem o ferimento, aproximando as margens. A etapa pode durar de dias a semanas, a depender da extensão da lesão.
Fase de remodelação: consolidação da cicatriz
É a fase mais longa, podendo estender-se por meses. O colágeno tipo III é gradualmente substituído pelo colágeno tipo I, mais resistente. Vasos excedentes são reabsorvidos e o tecido cicatricial adquire maior resistência à tração, embora jamais atinja a elasticidade original da pele intacta.
Fatores que podem acelerar ou retardar a cicatrização
Nem toda ferida evolui no mesmo ritmo. Alguns elementos fisiológicos e ambientais interferem no andamento das fases descritas.
Idade avançada: o envelhecimento reduz a proliferação celular e a síntese de colágeno, prolongando a recuperação.
Diabetes: níveis elevados de glicose prejudicam a circulação, comprometem a oxigenação local e elevam o risco de infecção.
Infecções: a presença de bactérias pode interromper ou reiniciar etapas, atrasando a formação do tecido de granulação.
Má nutrição: falta de proteínas, vitaminas ou minerais limita a produção de matriz extracelular e energia para as células reparadoras.
Nutrientes essenciais para uma cicatrização eficiente
O reparo tecidual demanda substratos específicos. Abaixo, os principais:

Imagem: New Africa via olhardigital.com.br
Proteínas: fornecem aminoácidos usados na síntese de colágeno e na multiplicação celular.
Carboidratos: garantem energia imediata aos processos metabólicos.
Gorduras saudáveis: participam da formação de membranas e favorecem a absorção de vitaminas lipossolúveis.
Vitaminas A, B, C e E: atuam em reações enzimáticas, na imunidade e na produção de colágeno.
Minerais como zinco, ferro e cobre: cofatores de enzimas envolvidas na cicatrização.
Aminoácidos arginina e prolina: estimulam a deposição de colágeno e a neoangiogênese.
Regeneração celular x formação de cicatriz
Em alguns tecidos, a cura ocorre por regeneração, sem deixar marcas visíveis. Isso acontece quando as células locais mantêm alta capacidade de replicação, a membrana basal está íntegra e não há infecção ou hipóxia. Um exemplo clássico é a necrose tubular aguda dos rins, na qual os túbulos se recompõem totalmente.
Nas situações em que a perda de tecido é extensa, ou onde células especializadas não se replicam, o organismo opta pelo reparo. Nessa modalidade, a estrutura original é substituída por tecido cicatricial, resultado da deposição de colágeno organizado.
Como profissionais podem intervir no processo
Médicos e enfermeiros avaliam profundidade, contaminação e condições sistêmicas do paciente para decidir sobre limpeza, sutura, antibioticoterapia ou suporte nutricional. Em feridas crônicas, podem recomendar curativos especiais, oxigenoterapia hiperbárica e suplementação direcionada.
A identificação precoce de fatores adversos — como infecção ou deficiência de micronutrientes — é fundamental para que a cicatrização siga seu curso natural e alcance o resultado funcional desejado.
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