Starlink: China estuda estratégias para neutralizar satélites de Elon Musk
Cientistas ligados ao governo e às Forças Armadas da China produziram dezenas de estudos sobre como rastrear e destruir satélites da Starlink, rede da SpaceX comandada por Elon Musk. A informação foi revelada pela Associated Press nesta semana.
Os trabalhos envolvem universidades civis e instituições militares, indicando que o tema se tornou assunto de segurança nacional em Pequim. Embora a Starlink não opere comercialmente no país, sua constelação de milhares de satélites sobrevoa o espaço aéreo chinês diariamente.
Pesquisas militares analisam vulnerabilidades da Starlink
Em um artigo publicado em 2023, professores da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa da China afirmaram que os Estados Unidos vêm incorporando a Starlink a ativos militares para obter vantagem estratégica nas esferas nuclear, espacial e cibernética. Segundo eles, isso transforma a rede em potencial ameaça para outros países.
Simulações conduzidas na mesma universidade mostraram que a constelação garantiria cobertura ininterrupta sobre áreas consideradas sensíveis, como Pequim e Taiwan. Os pesquisadores concluíram que compreender a arquitetura do sistema é imprescindível para a defesa chinesa.
Outro estudo, elaborado pela equipe de resposta a emergências cibernéticas da China, identificou fragilidades na cadeia de suprimentos da Starlink. A SpaceX depende de mais de 140 fornecedores diretos, além de diversos indiretos, com supervisão limitada de segurança cibernética, aponta o documento.
Medidas ofensivas em discussão dentro do setor espacial chinês
Entre as propostas avaliadas pelos cientistas estão submarinos furtivos equipados com lasers antissatélites, sabotagem da cadeia de suprimentos e lançamento de satélites de ataque personalizados com propulsores iônicos.
Engenheiros militares sugeriram colocar em órbita veículos que acompanhem de perto os satélites da Starlink, capturem sinais e usem materiais corrosivos ou jatos de íons para danificar componentes críticos.
Relatórios acadêmicos também mencionam ações diplomáticas e regulatórias contra Musk, o uso de telescópios comerciais para monitoramento constante da constelação, criação de deepfakes para enganar sistemas de controle e emprego de lasers terrestres como arma de destruição orbital.
Constelação própria faz parte da estratégia de Pequim
Paralelamente às medidas defensivas e ofensivas, a China declarou abertamente o objetivo de construir uma alternativa doméstica à Starlink. O governo vê na iniciativa tanto ganhos de segurança nacional quanto vantagens comerciais no mercado global de banda larga via satélite.
Em 2021 foi criada a estatal China SatNet, responsável pela megaconstelação Guowang, planejada para reunir cerca de 13 000 satélites. Até o momento, 60 unidades já foram lançadas.

Imagem: Shutterstock via olhardigital.com.br
Outra iniciativa relevante é a Qianfan, empresa apoiada pela administração de Xangai. O grupo lançou 90 satélites e pretende chegar a 15 000. Em busca de clientes, a companhia assinou acordo com o Brasil e negocia projetos em países da Ásia Central, Oriente Médio e África.
Dependência do Starlink preocupa aliados dos EUA
As apreensões em torno do domínio da Starlink não se restringem à China. Parceiros dos Estados Unidos demonstram receio de depender de uma infraestrutura essencial sob controle de Elon Musk, empresário cuja atuação política é vista como imprevisível.
A SpaceX mantém contratos bilionários com agências civis e militares norte-americanas. Seu pioneirismo em lançamentos reutilizáveis e em constelações de órbita baixa conferiu à empresa posição quase monopolista, gerando debates sobre impactos comerciais e geopolíticos.
Analistas dos EUA avaliam que parte das preocupações chinesas pode estar superdimensionada, mas reconhecem que a integração entre Starlink e operações militares americanas eleva o interesse de outras nações em desenvolver contramedidas.
Por que a China intensifica o monitoramento da Starlink
A constelação da SpaceX já ultrapassa 5 600 satélites ativos e tem autorização para chegar a 12 000, com pedido para operar 30 000 adicionais. Essa escala dá à rede maior resiliência a ataques, exigindo abordagens inovadoras de países que a percebem como risco estratégico.
Ao estudar detalhadamente capacidades e vulnerabilidades do sistema de Musk, Pequim tenta reduzir eventual desvantagem caso ocorra conflito que envolva ativos espaciais. A pesquisa também fornece subsídios para aperfeiçoar a futura Guowang, que poderá adotar lições aprendidas sobre trânsito orbital, comunicação segura e defesa contra interferências.
Até que a constelação chinesa esteja totalmente operacional, autoridades locais seguem examinando opções de ataque, defesa e diplomacia para conter a influência do Starlink em zonas consideradas cruciais para a segurança do país.
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