Avião gigante WindRunner promete ser o maior do mundo para levar pás eólicas de 100 m
Quem está por trás do WindRunner
A Radia, empresa norte-americana fundada em 2016 e especializada em energia eólica, anunciou um plano para construir a aeronave WindRunner.
Com 108 m de comprimento e 80 m de envergadura, o projeto pretende superar todas as dimensões de aviões atualmente em operação.
A companhia nunca produziu um avião, mas já levantou mais de US$ 150 milhões (cerca de R$ 815 milhões) para a iniciativa.
Dimensões e capacidade de carga do avião gigante
O WindRunner foi concebido para transportar materiais volumosos, principalmente pás de turbinas eólicas instaladas no mar que chegam a 100 m de comprimento.
A aeronave deverá carregar até 74 toneladas por voo, equivalentes a três pás de 80 m cada, acomodadas no interior da fuselagem alongada.
Para decolar e pousar com esse peso, o projeto prevê uma asa reta de grande área, característica considerada fundamental para gerar a sustentação exigida.
Como a aeronave pretende operar em aeroportos já existentes
Embora seja maior do que qualquer avião em operação, o WindRunner precisa usar pistas comerciais padrão, segundo a Radia.
Além disso, a empresa quer que o modelo opere em pistas curtas e semipreparadas, construídas perto de parques eólicos, reduzindo a etapa de transporte por rodovias ou embarcações.
Esse requisito influencia o desenho da asa, o sistema de trem de pouso e a distribuição de peso, fatores que estão sendo testados em simulações e em um modelo reduzido em túnel de vento.
Aplicações civis e militares em estudo
Em maio deste ano, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos firmou um acordo com a Radia para analisar o uso do WindRunner em missões de carga militar.
A autonomia estimada é de 2 000 km, limite que, se mantido, concentrará as operações em rotas continentais na América do Norte, Europa ou América do Sul.
Mesmo com esse alcance moderado, o avião pode agilizar o transporte de equipamentos que hoje dependem de navios ou comboios especializados.
Próximos passos e desafios do desenvolvimento
Até agora, o programa avançou apenas até ensaios em túnel de vento com um protótipo em escala reduzida.
Imagem: reprodução via olhardigital.com.br
A Radia busca novos investidores para acelerar a construção de um demonstrador em tamanho real e iniciar o processo de certificação, etapa obrigatória para qualquer aeronave comercial ou militar.
O cronograma de voo ainda não foi divulgado, pois depende da captação de recursos, dos testes estruturais e do aval de autoridades de aviação civil.
Por que a Radia investe em um avião de 108 m
A motivação principal é logística. Pás de turbinas offshore são longas demais para o transporte rodoviário em grandes distâncias e exigem navios e portos especializados.
Ao levar as pás diretamente a regiões costeiras ou a pistas próximas aos parques eólicos, a Radia prevê reduzir custos e prazos na expansão da energia renovável.
Se o WindRunner se tornar operacional, o setor eólico ganhará uma alternativa de entrega aérea que hoje não existe para componentes desse porte.
Como o projeto se compara a outras iniciativas
Grandes fabricantes, como Airbus, Boeing e Embraer, não participam do programa. A Radia conduz o trabalho de forma independente e fora dos centros tradicionais da indústria aeronáutica.
Outros projetos de cargueiros de grande porte concentram-se em alcance intercontinental, enquanto o WindRunner prioriza volume interno e desempenho em pistas curtas.
Essa abordagem específica tenta preencher uma lacuna logística criada pela rápida evolução das turbinas eólicas offshore.
O que esperar nos próximos anos
Sem previsão oficial de estreia, o WindRunner depende da conclusão de estudos aerodinâmicos, da construção do protótipo e do processo regulatório.
Se os prazos forem cumpridos e o financiamento assegurado, o avião poderá redefinir o transporte de cargas superdimensionadas e se tornar o maior já construído.
Até lá, o desenvolvimento tecnológico e a viabilidade econômica permanecerão sob observação de investidores, autoridades e potenciais usuários civis e militares.
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