BuddyPoke: relembre o sucesso dos avatares animados no Orkut
Entre 2008 e 2014, o BuddyPoke transformou perfis do Orkut em vitrines de avatares altamente customizáveis. Criado pelos desenvolvedores Dave Westwood e Randall Ho, o aplicativo conquistou milhões de usuários que buscavam expressar humor, torcida ou até paquera por meio de pequenas animações em 3D.
Origem do BuddyPoke
Lançado em 2008, o BuddyPoke foi desenvolvido como aplicativo de terceiros baseado na API OpenSocial, conjunto de ferramentas do Google que facilitava a inclusão de recursos em Flash em plataformas sociais. Embora o Orkut fosse o principal palco, versões também chegaram a MySpace e Facebook.
O nome une os termos em inglês “buddy” (amigo) e “poke” (cutucar), refletindo a proposta de interação leve e divertida dentro da rede social.
Como funcionava o BuddyPoke no Orkut
O serviço rodava diretamente no navegador, sem necessidade de instalação externa. O usuário criava um boneco virtual que podia receber:
• Aparência personalizada: escolhas de cabelos, olhos, roupas e acessórios.
• Animações repetitivas: gestos que iam de tocar guitarra a comemorar um gol.
• Interações coletivas: possibilidade de combinar dois avatares em uma cena conjunta, recurso bastante usado para indicar relacionamento ou interesse amoroso.
Depois de configurado, o avatar era publicado no perfil como um retrato dinâmico do estado de espírito do dono da conta.
Popularidade e números de usuários
De acordo com levantamento de 2009, o BuddyPoke registrava 34 milhões de perfis ativos apenas no Orkut, 98% deles no Brasil. Somando todas as plataformas, o auge alcançou 50 milhões de usuários.
Nesse mesmo ano, os criadores introduziram itens pagos: animações exclusivas que podiam ser adquiridas com créditos virtuais. Foi a primeira incursão do aplicativo em microtransações.
O que levou ao fim do BuddyPoke
Duas mudanças tecnológicas foram decisivas para a descontinuação:
• Encerramento do Orkut: o Google desligou a rede em 30 de setembro de 2014, eliminando perfis, scraps e também os avatares armazenados.

Imagem: tecmundo.com.br
• Queda do Flash: experiências em Flash, base do BuddyPoke, perderam espaço para padrões mais seguros e leves, como HTML5. Sem suporte oficial, navegadores começaram a bloquear o plugin, tornando o aplicativo inviável.
A soma desses fatores inviabilizou a continuidade do serviço original e desestimulou a manutenção em outras redes sociais.
Tentativas de retorno e preservação
Após o fim do Orkut, Westwood e Ho lançaram versões móveis para Android e iOS. O conceito e a mecânica permaneceram, mas o público não foi o mesmo. Os apps acabaram removidos da App Store e da Google Play, sem data de retorno.
Hoje, cópias em formato SWF ou APK circulam em fóruns e repositórios. Contudo, não há suporte oficial, e a execução depende de leitores de Flash ou instalação externa no Android, práticas que trazem riscos de segurança.
Além de questões técnicas, o mercado de redes sociais evoluiu para modelos centrados em stories, vídeos curtos e filtros em tempo real, reduzindo o espaço para aplicativos baseados em avatares estáticos.
Por que o BuddyPoke ainda é lembrado
Mesmo indisponível, o BuddyPoke permanece vivo na memória coletiva por três motivos principais:
• Identificação pessoal: foi uma das primeiras ferramentas acessíveis de criação de avatar 3D parecido com o usuário.
• Sociabilidade: integrou-se ao cotidiano do Orkut, servindo como extensão visual de scraps, depoimentos e comunidades.
• Nostalgia digital: para milhões de brasileiros, remete a uma fase de descoberta da internet, marcando a transição entre salas de bate-papo e redes sociais complexas.
Sem previsão de retorno, o legado do BuddyPoke segue como lembrança de um período em que pequenos bonecos virtuais representavam emoções e conexões de uma geração inteira.
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