Apple expande fabricação de chips nos Estados Unidos
A Apple anunciou nesta quarta-feira (6) um plano de investimento adicional de US$ 100 bilhões em fornecedores e parceiros norte-americanos ao longo dos próximos quatro anos. A medida, apresentada ao lado do presidente Donald Trump, eleva para US$ 600 bilhões o total prometido pela companhia desde 2021 no país.
American Manufacturing Program concentra recursos até 2028
O novo aporte integra o American Manufacturing Program, iniciativa criada pela Apple para fortalecer a cadeia de suprimentos doméstica. O programa reúne empresas como Corning, Coherent, Texas Instruments, GlobalWafers, Broadcom, Samsung, TSMC e GlobalFoundries.
Segundo a Apple, o objetivo vai além de ampliar a produção nacional. A companhia quer incentivar que parceiros estrangeiros adquiram componentes fabricados nos Estados Unidos, reduzindo dependências internacionais e mitigando riscos logísticos.
Parceria com a Corning recebe US$ 2,5 bilhões
Entre os projetos destacados, a Apple separou US$ 2,5 bilhões para ampliar a cooperação com a Corning, fabricante do vidro usado em iPhones e Apple Watches. Toda a produção permanecerá em Kentucky, estado que já abriga plantas da fornecedora.
A empresa classifica o acordo como uma das maiores iniciativas industriais já realizadas em território norte-americano, reforçando a meta de produzir componentes estratégicos dentro do país.
Coherent produzirá lasers para reconhecimento facial
Outro contrato de longo prazo foi firmado com a Coherent, responsável pelos lasers aplicados no sistema Face ID dos iPhones. O fornecimento será feito em unidades locais, contribuindo para a expansão do volume de peças sensíveis produzidas nos EUA.
Metas para semicondutores chegam a 19 bilhões de chips em 2025
A Apple projeta que sua cadeia de suprimentos doméstica entregará mais de 19 bilhões de chips em 2025. O planejamento inclui:
• Semicondutores da TSMC fabricados em Arizona.
• Wafers da GlobalWafers produzidos em solo norte-americano.
• Chips da Texas Instruments, que terá novos equipamentos instalados em Utah e Texas.
A GlobalFoundries, especializada em chips de gerações anteriores e fornecedora do governo dos EUA, produzirá tecnologia de carregamento sem fio no estado de Nova York.
Imagem: Casa Branca via olhardigital.com.br
Histórico de investimentos da Apple no país
A ampliação anunciada nesta quarta-feira não é a primeira iniciativa industrial da Apple nos Estados Unidos. Em 2018, a companhia prometeu investir US$ 350 bilhões em cinco anos. Em 2021, o valor subiu para US$ 430 bilhões. Agora, o compromisso alcança apenas quatro anos, totalizando US$ 600 bilhões — média de US$ 125 bilhões por ano.
Tarifas de importação aceleram mudança da produção
O reforço nas fábricas norte-americanas ocorre em meio a aumentos nas tarifas de importação que podem afetar o lucro da Apple. A empresa já paga taxas sobre produtos vindos da China e pode enfrentar novos impostos sobre semicondutores, dependendo de investigações em andamento no governo norte-americano.
Para reduzir o impacto, parte da montagem do iPhone migrou para a Índia. Em maio, a Apple informou que a maioria dos aparelhos vendidos nos EUA já sai de linhas de produção indianas. Mesmo com a previsão de elevação das tarifas indianas para 25%, fontes da Casa Branca indicam que a companhia será pouco afetada.
Ainda assim, cálculos da Apple apontam custo adicional de US$ 1,1 bilhão apenas no trimestre atual, valor que reforça a urgência de expandir a fabricação interna e diversificar a origem dos componentes.
Declaração da Casa Branca sobre o investimento
Durante o anúncio, o presidente Donald Trump classificou o plano como “o maior investimento que a Apple já fez na América e em qualquer outro lugar”. O chefe do Executivo destacou que a empresa “está voltando para casa” após anos de produção concentrada no exterior.
Para a Apple, centralizar etapas críticas da fabricação dentro dos Estados Unidos amplia a resiliência da cadeia de suprimentos, reduz custos com tarifas e reforça a posição da companhia no cenário geopolítico atual.
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