Anthropic bloqueia OpenAI e restringe uso do modelo Claude
A Anthropic suspendeu o acesso da OpenAI à API do Claude, seu conjunto de modelos de linguagem, após identificar que a rival utilizava o sistema para comparações internas e otimização de produtos.
Segundo fontes ouvidas pela revista Wired, a medida foi adotada no início de 2025 e confirma a disputa direta entre as duas empresas no segmento de inteligência artificial generativa.
Razões para o bloqueio: cláusulas contratuais e competição
De acordo com o porta-voz Christopher Nulty, os termos de serviço da Anthropic proíbem que clientes usem o Claude para desenvolver ou treinar modelos concorrentes, realizar engenharia reversa ou criar produtos que disputem o mesmo mercado.
A análise interna concluiu que a equipe técnica da OpenAI conectava o Claude a ferramentas proprietárias por meio de acesso de desenvolvedor (API), contornando a interface de chat padrão e permitindo testes de desempenho detalhados.
Como a OpenAI usava o Claude nos testes para o GPT-5
Fontes relatam que engenheiros da OpenAI executavam o Claude Code, solução de programação da Anthropic, para comparar resultados com versões pré-lançamento do GPT-5.
Os ensaios incluíam tarefas de codificação, geração de texto, escrita criativa e, sobretudo, cenários de segurança, como resposta a consultas sobre automutilação, abuso infantil e difamação.
As respostas do Claude serviam de base para ajustes no desempenho do GPT-5, previsto como próximo modelo do ChatGPT.
Posição oficial das empresas
A Anthropic informou que o uso para benchmarking de mercado e avaliação de segurança continua autorizado, mas qualquer rotina que contribua para treinamento direto de modelos rivais permanece vetada.
Em nota, a OpenAI classificou a prática de benchmarking como padrão no setor e lamentou a restrição: “Nossa API segue disponível para eles”.
Histórico de bloqueios entre concorrentes
O caso segue comportamento frequente na indústria de tecnologia, na qual provedores limitam o acesso de APIs a potenciais competidores.
No passado, o Facebook barrou a integração do Vine, enquanto a Salesforce restringiu recursos do Slack. A própria Anthropic já havia cortado a startup Windsurf diante de rumores de aquisição pela OpenAI.
Impacto na corrida pelos grandes modelos de IA
O bloqueio ocorre em meio à preparação da OpenAI para lançar o GPT-5, que deve apresentar ganhos em tarefas de programação, área em que o Claude é usado extensivamente como referência.

Imagem: Rokas Tenys via olhardigital.com.br
Especialistas do setor avaliam que o acesso a respostas de modelos externos acelera a identificação de falhas e aprimora a robustez de novos sistemas, motivo pelo qual as restrições se tornaram estratégicas.
Participação de mercado: Anthropic assume liderança corporativa
Relatório da Menlo Ventures divulgado nesta semana mostra que a Anthropic detém 32% do uso corporativo de modelos de linguagem, enquanto a OpenAI aparece com 25%.
Em 2023, a distribuição era inversa: 50% para a OpenAI e 12% para a Anthropic.
Setor de codificação intensifica disputa
Na área de programação, a vantagem da Anthropic é maior. O Claude responde por 42% do uso empresarial, o dobro da fatia da OpenAI, estimada em 21%.
O avanço é atribuído ao lançamento do Claude 3.5 Sonnet, em junho de 2024, e do Claude 3.7 Sonnet, em fevereiro de 2025, versões que elevaram a capacidade do modelo em tarefas de código.
Reações internas e próximos passos
O diretor científico da Anthropic, Jared Kaplan, afirmou que “seria estranho vender o Claude para a OpenAI”, reforçando a justificativa do bloqueio.
Embora a OpenAI sinalize seguir com testes de mercado, a perda de acesso pode reduzir a velocidade de calibração do GPT-5 e ampliar a distância competitiva em determinados nichos corporativos.
Por que o bloqueio importa para o ecossistema de IA
A decisão evidencia o peso comercial de dados de inferência de modelos avançados. A limitação de APIs passou a integrar a estratégia de proteção de propriedade intelectual e de vantagem competitiva das empresas.
Ao mesmo tempo, a Anthropic mantém abertura para auditorias de segurança, indicando a necessidade de equilíbrio entre colaboração científica e defesa de mercado.
Para desenvolvedores e clientes, a movimentação reforça a importância de diversificar fornecedores, antecipar mudanças contratuais e acompanhar a rápida evolução regulatória em torno da inteligência artificial generativa.
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