Algodão brasileiro alia tecnologia e sustentabilidade para liderar exportações
O Brasil consolidou-se como o terceiro maior produtor e o principal exportador mundial de algodão. A adoção de drones, blockchain e protocolos rigorosos de certificação reforça a competitividade do setor e aproxima o consumidor de toda a cadeia produtiva.
Visita técnica mostra inovações no campo
No dia 15 de julho de 2025, um grupo de profissionais convidados pela Abrapa participou da Cotton Trip, imersão anual que apresenta as etapas de produção do algodão nacional. O roteiro incluiu a fazenda Pamplona, do grupo SLC Agrícola, localizada em Cristalina (GO), a 270 quilômetros de Brasília.
Durante a visita, os participantes observaram um cenário dominado por lavouras brancas e conheceram processos que vão da colheita mecanizada ao controle de pragas por drones. A iniciativa integra o projeto Sou de Algodão, criado em 2016 para valorizar toda a cadeia têxtil.
Programa ABR certifica boas práticas socioambientais
Para atender exigências internacionais, a Abrapa mantém desde 2012 o protocolo Algodão Brasileiro Responsável (ABR). A certificação verifica o cumprimento da legislação trabalhista e ambiental, além de práticas de governança.
Auditorias independentes vistam anualmente as fazendas credenciadas. O selo abrange toda a unidade produtiva, não apenas os campos de algodão, e baseia-se em três pilares:
Desenvolvimento social e comunitário – promoção de saúde, combate ao trabalho infantil e escravo, incentivo à diversidade e inclusão.
Gestão ambiental – conservação do solo, uso racional da água, manejo integrado de pragas e mitigação de emissões.
Boas práticas de governança – transparência, rastreabilidade e respeito aos direitos de trabalhadores e comunidades.
QR Code leva dados completos ao consumidor final
A rastreabilidade ganhou reforço com a integração de blockchain. A partir do primeiro registro na fazenda, informações sobre produtor, unidade produtiva, farda, fiação, tecelagem, confecção e varejo são armazenadas em cadeia imutável.
Quando a peça chega à loja, um QR Code costurado na etiqueta permite que o comprador acesse todo o histórico. Já foram rastreadas mais de 460 mil peças provenientes de 99 fazendas e 79 produtores. Entre as varejistas parceiras estão C&A, Renner, Reserva, Calvin Klein, Dohler e YouCom.
Drones ampliam produtividade e reduzem impacto ambiental
O principal ativo das fazendas é o fardo de algodão, que pesa em média duas toneladas. Após a colheita, as fibras são limpas e separadas das sementes. Drones equipados com sensores identificam focos de pragas como o bicudo e aplicam defensivos de forma localizada, economizando insumos e preservando o ambiente.

Imagem: tecmundo.com.br
Graças à combinação de clima favorável, solos planos e tecnologia, o país alcançou a maior produtividade de sequeiro do mundo, mesmo irrigando apenas 8 % da área cultivada na safra 2024/2025.
Apoio institucional impulsiona pesquisa e qualificação
Parcerias com o Ministério da Agricultura e acordos internacionais fortalecem laboratórios de análise de fibras e programas de capacitação. Esse esforço visa manter o algodão brasileiro competitivo e atender às demandas de transparência de mercados cada vez mais exigentes.
Por que a tecnologia é estratégica para o algodão brasileiro
• Quem: produtores associados à Abrapa, empresas de tecnologia, varejistas nacionais e internacionais.
• O que: adoção de drones, blockchain e certificações.
• Quando: práticas consolidadas na safra 2024/2025, apresentadas em 15 de julho de 2025.
• Onde: fazenda Pamplona, Cristalina (GO), e demais unidades produtivas certificadas.
• Como: uso de aeronaves não tripuladas para manejo, blockchain para registro de dados e auditorias independentes para certificação.
• Por quê: garantir sustentabilidade, rastreabilidade e competitividade no mercado global.
Perspectivas para o mercado têxtil
Com políticas de sustentabilidade bem definidas e ferramentas de rastreabilidade acessíveis ao consumidor, o algodão brasileiro reforça sua posição de destaque nas exportações. A combinação de tecnologia e governança deve ampliar a confiança de clientes e abrir novos mercados.
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