Fusão entre Skydance e Paramount redefine cenário de Hollywood
A Skydance Media concluiu, por US$ 8 bilhões, a aquisição da Paramount Global, encerrando o controle histórico da família Redstone sobre o estúdio e inaugurando a Skydance Corporation.
O movimento consolida um dos maiores acordos recentes na indústria do entretenimento, com repercussões em cinema, televisão e streaming.
Novo comando e mudança de nome
David Ellison, fundador da Skydance Media, é o novo CEO e presidente da Skydance Corporation. Ele sucede à estrutura anterior da Paramount Global e passa a liderar a companhia rebatizada a partir desta semana.
Com a saída de Shari Redstone, a National Amusements Inc. recebeu US$ 1,75 bilhão, encerrando décadas de gestão familiar sobre o grupo.
Estrutura em três frentes para ganhar eficiência
Ellison anunciou uma reorganização que divide a Skydance Corporation em três unidades operacionais:
• Estúdios: produção e distribuição de filmes e séries.
• Streaming direto ao consumidor: unificação tecnológica de Paramount Plus e Pluto TV.
• Mídia televisiva: emissoras e canais a cabo herdados da Paramount.
Meta de economizar mais de US$ 2 bilhões
Segundo Ellison, a integração de sistemas e o uso de tecnologia inspirada no Vale do Silício devem gerar “mais de US$ 2 bilhões em economias reais”, superando metas anteriores da antiga gestão.
Entre as iniciativas destacadas estão plataformas de publicidade próprias, ampliação de ferramentas de inteligência artificial e adoção de palcos virtuais para a produção audiovisual.
Pluto TV como porta de entrada para novos assinantes
A Skydance Corporation planeja posicionar a Pluto TV, serviço com modelo gratuito e suporte publicitário, como o principal funil de aquisição para a Paramount Plus. A estratégia busca aumentar a base paga aproveitando usuários já acostumados ao ecossistema da empresa.
Compromissos regulatórios e impactos jurídicos
O acordo recebeu aval da Comissão Federal de Comunicações (FCC) após a Paramount concordar com dois compromissos:
• Eliminação de programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).
• Criação de um ombudsman independente para lidar com reclamações de viés na CBS News.
Imagem: Paramount Skydance Corporation via olhardigital.com.br
Ainda no campo jurídico, a Paramount pagou US$ 16 milhões para encerrar um processo de Donald Trump relacionado à edição de uma entrevista no programa “60 Minutes”. De acordo com executivos internos, o desembolso influenciou na posterior decisão da CBS de cancelar “The Late Show with Stephen Colbert”.
Por que a Skydance quer ampliar presença no streaming
A combinação entre Paramount Plus e Pluto TV oferece à companhia um ecossistema que cobre desde o modelo gratuito até a assinatura premium. A estratégia pretende:
• Reduzir churn: migrar usuários da plataforma gratuita para pacotes pagos.
• Aumentar receita publicitária: integrar tecnologia própria de anúncios.
• Potencializar catálogo: usar marcas fortes como “Star Trek” e franquias de sucesso do cinema.
Uso de IA e cultura do Vale do Silício
Ellison afirmou que pretende introduzir processos “rápidos, iterativos e orientados por dados” na Skydance Corporation. O executivo destacou soluções de inteligência artificial para recomendação de conteúdo, otimização de campanhas promocionais e automação de workflows de pós-produção.
Contexto histórico da transação
A Paramount, fundada em 1912, enfrentava desafios de receita com a queda da TV por assinatura e a concorrência acirrada no streaming. A Skydance, criada em 2010, vinha de uma década de coproduções com a Paramount, incluindo títulos de “Missão: Impossível” e “Top Gun”.
O relacionamento permitiu uma negociação direta que resultou no acordo anunciado em 2024. A aprovação regulatória e o acerto com Trump encerraram as últimas barreiras para a consumação da fusão.
Próximos passos para a Skydance Corporation
Entre as prioridades divulgadas pela nova gestão estão:
• Integração tecnológica total das plataformas de streaming.
• Revisão de contratos de produção para identificar sinergias de custo.
• Lançamento de novos títulos das franquias “Star Trek” e “Todo Mundo em Pânico”.
Com a conclusão do negócio, a Skydance Corporation passa a deter um portfólio que inclui estúdios de cinema, redes de televisão, serviços de streaming globais e um acervo com mais de um século de produções.
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