South Park reforça críticas a Donald Trump no segundo episódio da 27ª temporada
O seriado animado South Park voltou a direcionar seu humor político à administração de Donald Trump. Exibido em 6 de agosto de 2025, o capítulo “Got a Nut” retoma ataques já vistos na estreia da 27ª temporada e aprofunda a sátira às políticas migratórias do governo.
Escrito e produzido pelos criadores Trey Parker e Matt Stone, o episódio acompanha o conselheiro escolar Sr. Mackey após cortes no orçamento da escola de South Park. Sem recursos, ele decide se alistar no Immigration and Customs Enforcement (ICE), agência federal responsável pelo controle de fronteiras.
Episódio “Got a Nut” questiona cortes no ensino e adesão ao ICE
A narrativa parte do “quem” com o próprio Mackey: pressionado financeiramente, o personagem busca resolver o “o que” — a falta de verba — aderindo ao ICE. O “quando” ocorre no presente da série, refletindo o ano de 2025, enquanto o “onde” alterna entre South Park, instalações do ICE e Mar-a-Lago, resort de Trump na Flórida.
Ao ingressar na agência, Mackey passa por um treinamento que evidencia “como” o governo lida com migração: os recrutas recebem ordens diretas para “prender somente os marrons”. A piada explicita o “por quê” da crítica: denunciar práticas discriminatórias atribuídas ao órgão durante o mandato do ex-presidente.
Kristi Noem vira alvo de piadas sobre crueldade com animais
O capítulo também satiriza a Secretária de Segurança Interna Kristi Noem. Responsável pela formação de novatos no ICE, a política aparece armada e ansiosa para atirar em qualquer cachorro que atravesse seu caminho, incluindo Krypto, animal de estimação do Superman.
O exagero remete a um episódio real revelado pela própria Noem em livro autobiográfico, no qual admitiu ter matado um cão de 14 meses por comportamento agressivo. Em South Park, a informação é levada ao limite: a personagem dispara contra diversos animais sem motivação aparente, reforçando a crítica à imagem pública da secretária.
Visita a Mar-a-Lago expõe Trump, J.D. Vance e recompensa absurda
Destacando o “como” a série ridiculariza as altas esferas, o roteiro leva Mackey a Mar-a-Lago após ele se mostrar “eficiente” na captura de imigrantes. No resort, o conselheiro encontra Trump e uma versão infantilizada do vice-presidente J.D. Vance.
O clímax ocorre quando Mackey descobre sua “grande recompensa”: participar de uma relação sexual simultânea com Trump e Satã. A cena mantém a tradição de South Park de combinar fantasia, choque e comentário político para explorar contradições de figuras públicas.

Imagem: tecmundo.com.br
Podcasting recebe crítica paralela com Clyde e Cartman
Além da questão migratória, “Got a Nut” aponta contra o universo de podcasts. Clyde Donovan e Eric Cartman estreiam um programa dedicado a humilhar liberais, refletindo o crescimento de vozes polarizadas no ambiente digital. A subtrama amplia o alcance das sátiras do episódio e dialoga com a acusação de que o debate público estaria dominado por influenciadores de extrema direita.
Audiência de South Park atinge recorde de 26 anos
O impacto dos dois primeiros episódios da 27ª temporada é mensurável. Segundo a Comedy Central, 5,9 milhões de espectadores acompanharam a estreia em 23 de julho de 2025, somando audiência no canal a cabo e no Paramount+. É o melhor desempenho da série desde 1999 e supera qualquer lançamento do canal desde 2022 se considerada toda a grade de programação.
O retorno comercial ocorre mesmo diante de respostas negativas. Após a estreia, Donald Trump declarou South Park “irrelevante” em redes sociais. Entretanto, o próprio Departamento de Segurança Interna utilizou no X (ex-Twitter) uma imagem de “Got a Nut” para recrutar novos agentes para o ICE. A conta oficial da série reagiu com a pergunta “espera, então nós SOMOS relevantes?”, ampliando o debate sobre o alcance cultural do programa.
Por que o humor político permanece central na popularidade da animação
South Park aposta desde 1997 em comentários diretos sobre política, sociedade e celebridades. Em 2025, a escolha de revisitar Donald Trump, Kristi Noem e a agência de imigração encontra um cenário ainda polarizado nos Estados Unidos, às vésperas das eleições de 2026 para renovação do Congresso.
A combinação de atualidade, irreverência e liberdade criativa sustenta o engajamento do público. Ao inserir o ICE, a figura de Satã e a cultura de podcasts em um só enredo, Parker e Stone oferecem múltiplos pontos de identificação ou repulsa, gerando repercussão que se traduz em números de audiência históricos.
Com a temporada recém-iniciada, a tendência é que novos episódios mantenham o foco em protagonistas da política norte-americana. Se a resposta de Trump e de órgãos governamentais continuar visível nas redes, South Park deve prolongar a discussão sobre sua “relevância” — tema que o próprio seriado transforma em piada desde o primeiro minuto da 27ª temporada.
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