Jornalismo e ChatGPT: panorama em transformação
Assistentes de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, remodelam a forma como usuários buscam informações. Essa mudança reduz tráfego para sites de notícias e ameaça receitas publicitárias, segundo dados e entrevistas obtidos pela AFP.
Especialistas apontam que resumos automáticos exibidos no topo dos resultados do Google satisfazem parte dos leitores, diminuindo a necessidade de clicar em reportagens completas.
Queda de cliques compromete receitas
Levantamento do Pew Research Center indica que a taxa de cliques em links jornalísticos caiu 50% quando o usuário recebe um resumo gerado por IA. Menos visitas significam menor exibição de anúncios, pilar do modelo financeiro de muitos veículos.
A redução atinge organizações de todos os tamanhos, intensificando a busca por alternativas de sustentabilidade.
Quatro anos de dificuldades à vista
Matt Karolian, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento do Boston Globe Media, prevê “dificuldades extremas” nos próximos três a quatro anos. Para o executivo, parte dos veículos que não se adaptarem corre o risco de desaparecer.
Karolian observa que, embora a IA crie novos pontos de contato, como assinaturas iniciadas dentro do ChatGPT, esses números ainda não compensam a perda nos canais tradicionais.
GEO substitui o SEO tradicional
Para enfrentar o novo cenário, surge o Generative Engine Optimization (GEO). A prática foca na produção de conteúdos bem estruturados e rotulados, facilitando o entendimento das IAs generativas.
Com o GEO, redações priorizam metadados claros, presença ativa em redes sociais e participação em fóruns, buscando manter relevância mesmo quando o usuário não sai da página de resultados.
Dilema: liberar ou bloquear conteúdo para IAs
Veículos analisam se devem permitir o rastreamento de seu material por assistentes como ChatGPT e Bard. Liberar o acesso pode ampliar a exposição, mas coloca em risco visitas diretas e, por consequência, a receita.
Bloquear o conteúdo protege o tráfego próprio, porém pode retirar o veículo das respostas exibidas pelas IAs, reduzindo visibilidade em longo prazo.
Negociações e disputas judiciais
Alguns grupos buscam acordos de remuneração pelo uso de seu material. O New York Times negocia com a Amazon, enquanto a Associated Press fechou parceria com o Google para licenciar textos.
Paralelamente, processos correm nos tribunais contra empresas de IA para garantir direitos autorais e definir padrões de compensação pelo conteúdo jornalístico.

Imagem: olhardigital.com.br
IA como fonte principal para os mais jovens
Relatório do Instituto Reuters mostra que 15% dos internautas até 24 anos já utilizam IA generativa como fonte primária de notícias. A tendência deve se intensificar, aumentando a pressão sobre modelos tradicionais.
Thomas Peham, diretor da startup OtterlyAI, afirma que meios de comunicação representam 29% dos links citados pelo ChatGPT, atrás de sites corporativos, que somam 36%. Para o executivo, os números indicam espaço para crescimento, mas também ressaltam a competição pelo destaque nas respostas automatizadas.
Google busca acordos com a imprensa
Diante da crítica de que a IA se beneficia de conteúdo sem remunerar criadores, o Google trabalha em formatos de parceria que garantam pagamento aos veículos. As conversas incluem licenciamento de textos para alimentar modelos de linguagem e possibilidade de exibir selos de fontes confiáveis nos resultados.
Especialistas enxergam nas negociações um passo necessário para equilibrar interesses e manter o jornalismo profissional ativo no ecossistema digital.
Quem fará o “trabalho real” do jornalismo?
Karolian lembra que plataformas dependem de reportagens originais: “Sem jornalismo, não há o que resumir”. A frase resume o desafio central: como sustentar a produção de conteúdo verificado quando o modelo atual de distribuição e receita passa por disrupção.
Analistas concordam que a resposta envolverá combinação de novas tecnologias, acordos comerciais e políticas de proteção aos direitos autorais.
Perspectivas para os veículos de comunicação
Nos próximos anos, redações deverão testar formatos de assinatura dentro de assistentes de IA, explorar micro pagamentos e reforçar a identidade da marca para fidelizar leitores fora dos buscadores.
Ao mesmo tempo, governos e entidades setoriais discutem regulações que possam assegurar retorno financeiro às empresas jornalísticas, sem travar a inovação.
Enquanto o futuro se define, a adoção estratégica do GEO, a busca por acordos de licenciamento e a defesa da propriedade intelectual emergem como pilares para a sobrevivência do jornalismo em tempos de ChatGPT.
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