Vírus de computador: retrospectiva das ameaças mais danosas
Desde o final dos anos 1990, diversos vírus de computador expuseram falhas de segurança em sistemas corporativos e domésticos. Ao explorar brechas de software e engenharia social, essas pragas interromperam serviços, roubaram dados e geraram perdas de bilhões de dólares.
Conhecer os casos de maior impacto ajuda a compreender como se formou o atual campo da cibersegurança e por que a atualização constante de sistemas permanece crucial.
ILOVEYOU provocou avalanche de e-mails maliciosos em 2000
Quem: o vírus foi criado pelo estudante filipino Onel de Guzman.
O que: a ameaça apagava arquivos de sistema e reenviava-se automaticamente.
Quando e onde: surgiu em maio de 2000 nas Filipinas e espalhou-se globalmente em poucas horas.
Como: o e-mail chegava com o assunto “I LOVE YOU”; ao abrir o anexo, um script em VBScript era executado, apagava extensões como .jpg e .vbs e copiava o malware para todos os contatos da vítima.
Por quê: Guzman declarou ter agido por curiosidade. O resultado foram mais de US$ 10 bilhões em prejuízos e a necessidade de formatação em milhares de máquinas.
Mydoom bateu recorde de velocidade de propagação em 2004
Quem: autoria nunca confirmada; órgãos de investigação apontam grupos de cibercriminosos russos.
O que: tornou-se o worm de e-mail mais rápido já registrado, abrindo uma porta de acesso remoto e lançando ataques DDoS.
Quando e onde: identificado em janeiro de 2004, afetou principalmente usuários do sistema Windows.
Como: o anexo malicioso se instalava, copiava-se para a lista de contatos e iniciava um backdoor na porta 3127. Depois, redes botnet direcionavam tráfego contra sites específicos, derrubando servidores.
Por quê: a sobrecarga de grandes portais indicava motivação financeira ou de sabotagem. A remoção exigia antivírus dedicados; muitos PCs precisaram ser formatados.
Stuxnet levou a guerra cibernética ao mundo físico em 2010
Quem: atribuído a uma operação conjunta de Estados Unidos e Israel, embora sem confirmação oficial.
O que: primeiro malware a causar danos físicos, sabotando centrífugas em usinas nucleares iranianas.
Quando e onde: detectado em junho de 2010; espalhou-se por pen drives em instalações industriais do Irã.

Imagem: olhardigital.com.br
Como: explorou quatro vulnerabilidades zero-day do Windows, alterou a rotação das centrífugas e mascarou leituras para evitar detecção pelos operadores.
Por quê: objetivo geopolítico: atrasar o programa nuclear iraniano. A remoção foi complexa porque equipamentos industriais não podiam ser desligados facilmente.
WannaCry espalhou ransomware global em 2017
Quem: agências de segurança atribuem o ataque ao grupo Lazarus, ligado à Coreia do Norte.
O que: ransomware que criptografava arquivos e exigia pagamento em Bitcoin.
Quando e onde: iniciado em 12 de maio de 2017; afetou mais de 230 mil computadores em 150 países.
Como: explorou a falha EternalBlue no protocolo SMB do Windows, já corrigida pela Microsoft, mas ainda presente em sistemas desatualizados.
Por quê: a busca por lucro via resgate digital paralisou hospitais, empresas de logística e órgãos públicos. Os prejuízos superaram US$ 4 bilhões.
Code Red expôs fragilidade de servidores web em 2001
Quem: autoria não identificada; pesquisadores batizaram o worm em referência ao refrigerante consumido durante as investigações.
O que: exploit para o serviço Internet Information Services (IIS) do Windows NT, usado em milhares de servidores.
Quando e onde: detectado em julho de 2001, derrubou sites nos Estados Unidos e em outros países.
Como: buffer overflow permitia ao worm criar cópias de si mesmo e inundar endereços IP aleatórios. Em fases posteriores, direcionava ataques contra páginas do governo norte-americano.
Por quê: ao sobrecarregar servidores, demonstrou a necessidade de aplicar patches de segurança em ambiente corporativo. Administradores tiveram de instalar correções específicas ou reinstalar o sistema.
Aprendizados para a segurança digital
Os casos ILOVEYOU, Mydoom, Stuxnet, WannaCry e Code Red mostram que falhas técnicas, engenharia social e interesses geopolíticos convergem na criação de vírus de computador. Atualizações regulares, backups e monitoramento de tráfego continuam sendo as principais barreiras contra novas ondas de ataques.
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