Bebê mais velho do mundo: embrião congelado 31 anos gera nascimento inédito
Um bebê registrado como o mais velho do mundo, em termos de tempo de armazenamento embrionário, nasceu nos Estados Unidos em 26 de julho. Thaddeus Daniel Pierce veio ao mundo após a transferência de um embrião que ficou congelado durante 31 anos, superando as expectativas da comunidade científica e lançando luz sobre a longevidade dos materiais criopreservados em reprodução assistida.
Quem participou do processo
A história tem início em 1994, quando Linda Archerd, então com 31 anos e hoje com 62, optou por congelar um embrião gerado por fertilização in vitro. Anos depois, após se separar do marido e desistir da maternidade biológica, Linda doou o embrião ao casal Lindsey e Tim Pierce, residentes nos Estados Unidos e em busca de alternativas para construir uma família.
Com o consentimento de todas as partes, o material foi mantido em um banco de criopreservação até ser descongelado e transferido para o útero de Lindsey. Três décadas depois, a gestação evoluiu sem intercorrências, culminando no nascimento de Thaddeus Daniel.
Como o embrião permaneceu viável por três décadas
No congelamento de embriões, o material é submetido a temperaturas de cerca de –196 °C em nitrogênio líquido, condição que reduz drasticamente a atividade celular e impede danos estruturais. O procedimento é utilizado rotineiramente em programas de fertilização in vitro, permitindo tentativas futuras de gravidez e oferecendo aos pacientes maior flexibilidade de planejamento familiar.
Segundo especialistas, a técnica de vitrificação — método de congelamento ultrarrápido introduzido na década de 1990 — evita a formação de cristais de gelo que poderiam comprometer a viabilidade do embrião. Embora a maioria das transferências ocorra em até cinco anos após o congelamento, estudos apontam que a viabilidade pode se estender por períodos indefinidos, desde que a cadeia de frio seja mantida sem interrupções.
Transferência embrionária e parto em julho
A preparação para a transferência incluiu exames hormonais e acompanhamento médico de Lindsey Pierce. Após o descongelamento, o embrião foi colocado no útero da receptora em procedimento ambulatorial, semelhante a uma inseminação intrauterina em termos de tempo e desconforto. A gravidez transcorreu dentro dos parâmetros obstétricos considerados normais e resultou em parto no dia 26 de julho.
O recém-nascido apresenta sinais vitais adequados e não foram relatadas complicações imediatas. Apesar da idade embrionária, especialistas indicam que os riscos para o bebê não diferem daqueles observados em gestações originadas de embriões congelados por tempo menor.

Imagem: olhardigital.com.br
Especialista analisa repercussões médicas e éticas
Em entrevista ao programa Olhar Digital News, o médico Renato Fraietta, especialista em reprodução humana, destacou que o caso “reforça a segurança da criopreservação em longo prazo”. Ele explicou que, do ponto de vista biológico, o congelamento suspende o relógio celular, razão pela qual o embrião de 1994 mantém o potencial de desenvolvimento idêntico ao de um embrião recém-formado.
Fraietta também abordou questões éticas, como o destino de embriões mantidos em bancos por tempo indeterminado. “Situações como essa reacendem o debate sobre regulamentação, consentimento dos doadores e possibilidade de adoção embrionária”, afirmou o especialista, lembrando que a legislação varia entre países e que decisões sobre descarte, doação ou uso futuro devem ser formalizadas em contrato.
Impacto para a reprodução assistida
O nascimento de Thaddeus Daniel Pierce amplia o horizonte de possibilidades para casais que recorrem a tratamentos de fertilização in vitro. Na prática, o caso demonstra que embriões podem ser preservados por mais de três décadas sem perder a capacidade de gerar uma gestação saudável, fato que pode influenciar protocolos clínicos e políticas de bancos de embriões.
Para pacientes, o episódio oferece perspectiva adicional de planejamento reprodutivo a longo prazo, seja na postergação da maternidade, na doação a terceiros ou na criação de famílias em diferentes arranjos familiares. Para pesquisadores e profissionais de saúde, o desafio passa a ser estabelecer diretrizes claras sobre tempo máximo de armazenamento e consentimento contínuo dos doadores.
Embora raro, o caso de Thaddeus Daniel não deve ser encarado como exceção isolada, mas como evidência de que a criopreservação, quando realizada de forma adequada, tem potencial de prolongar indefinidamente a viabilidade embrionária. O acompanhamento de registros clínicos e a transparência nas informações fornecidas aos pacientes continuam essenciais para garantir segurança e eficácia dos procedimentos de reprodução assistida.
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