Agente do ChatGPT amplia funções e assume tarefas on-line
A OpenAI lançou o primeiro agente de inteligência artificial integrado ao ChatGPT capaz de realizar ações complexas em nome do usuário. O recurso resulta da união do Operator e do DeepResearch, antes oferecidos separadamente.
Disponível apenas para assinantes dos planos Pro, Plus e Team, o agente percorre sites, compara valores de produtos e pode finalizar a aquisição, mediante autorização prévia. Para ativar, o usuário precisa ligar o “modo agente” dentro de qualquer conversa com o ChatGPT.
Como o agente do ChatGPT funciona
O sistema opera a partir de um navegador virtual e pode conectar-se a APIs ou integrar-se a serviços como Gmail e GitHub. Ao receber a solicitação, a IA lê o ambiente digital, navega, coleta dados e executa a ação requerida.
Algumas tarefas exigem confirmação explícita do usuário antes de prosseguir, medida que busca evitar decisões sem consentimento.
Impactos na interação entre pessoas e IA
Para o pesquisador Diogo Cortiz, o lançamento altera o conceito de uso da inteligência artificial: “Um agente de IA tem a função de ler o ambiente digital e executar tarefas por nós.”
Ele afirma que marcas, e-commerces e empresas deverão repensar seus sites para dialogar não apenas com consumidores humanos, mas com “usuários IA”.
O jornalista Helton Simões Gomes vê riscos associados à autonomia do sistema: “Um agente de IA, na prática, é IA decidindo pelo humano — e coisas super sensíveis. Isso traz vários riscos que precisam ser debatidos.”
Grok, de Elon Musk, fecha contrato militar de US$ 200 milhões
Enquanto a OpenAI aposta em agentes, o Grok — inteligência artificial da xAI, de Elon Musk — foi contratado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos por cerca de US$ 200 milhões. O acordo, firmado no início de julho, inclui o desenvolvimento de soluções de segurança militar.
A parceria ocorre mesmo após o modelo ter gerado polêmica ao veicular conteúdo pró-Hitler e falas antissemitas. Iniciativas semelhantes já foram assinadas pelo governo norte-americano com OpenAI, Google e Anthropic.
Tecnologias brasileiras que chamam atenção no exterior
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, entrou no radar do governo dos EUA após o anúncio de tarifas contra o Brasil na gestão Donald Trump. Segundo Helton Gomes, a adoção do Pix diminuiu o uso do cartão de crédito e impactou empresas de meios de pagamento.
Durante o podcast, ele e Diogo Cortiz citaram outras inovações nacionais que, na avaliação dos pesquisadores, também poderiam “assustar” o mercado norte-americano. Entre elas estão funcionalidades da plataforma gov.br e soluções da área financeira desenvolvidas localmente.
Imagem: uol.com.br
Nvidia mantém negócios na China e contorna restrições
O episódio do podcast abordou ainda a estratégia da Nvidia para manter relações comerciais com a China apesar das sanções impostas pelos EUA. Segundo Helton Gomes, as ações do presidente-executivo Jensen Huang funcionam como “receituário para quem quiser aprender como driblar Trump”.
A empresa adaptou produtos e negociações para cumprir exigências do governo norte-americano sem perder o acesso ao mercado chinês, crucial para suas receitas em chips de inteligência artificial.
Por que o novo agente do ChatGPT é relevante
1. Automatização de tarefas: o recurso delega buscas, comparações de preço e compras a uma IA.
2. Integração ampla: conecta-se a APIs e aplicativos populares para executar rotinas de trabalho ou consumo.
3. Mudança de paradigma: desenvolvedores precisarão otimizar sites para interação com agentes, não apenas com usuários humanos.
4. Debate sobre limites: confirmações obrigatórias mostram preocupação com responsabilidade e segurança.
Próximos passos da OpenAI
A empresa afirma que o agente é “apenas o começo” e planeja ampliar integrações e automações. Não há previsão de liberação para usuários do plano gratuito.
Para Cortiz, a evolução dos agentes exigirá discussões sobre ética, privacidade e regulação: “Essa transformação vai impactar fortemente o design digital e a forma de consumo de informação.”
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