Gigantes ampliam receita com inteligência artificial
Microsoft, Meta e Alphabet divulgaram resultados do trimestre de abril a junho marcados por alta na demanda por buscas, publicidade digital e serviços de nuvem impulsionados por inteligência artificial (IA). O desempenho reforçou a estratégia de injetar bilhões de dólares em infraestrutura dedicada a modelos generativos.
Quem lidera os aportes em IA
A Microsoft informou que pretende aplicar US$ 30 bilhões apenas no trimestre atual para expandir data centers e chips voltados ao Azure. A gigante detalhou, pela primeira vez, vendas anuais de US$ 75 bilhões na plataforma de nuvem e revelou que o Copilot já supera 100 milhões de usuários.
Na Alphabet, controladora do Google, a previsão de gastos de capital para 2024 subiu para US$ 85 bilhões. A empresa destacou o crescimento do Gemini, assistente de IA que alcançou 450 milhões de usuários mensais desde o lançamento.
A Meta também revisou o orçamento. A companhia passou a projetar até US$ 72 bilhões em despesas anuais, concentradas no treinamento de modelos e na aquisição de servidores de alto desempenho.
Resultados financeiros acima do esperado
Apesar do ritmo acelerado de investimento, as três companhias superaram as estimativas de mercado para receita e lucro no segundo trimestre. Analistas veem os números como evidência de que a IA já gera caixa suficiente para compensar o ciclo de gastos.
Publicidade digital segue principal fonte de caixa
A Alphabet apontou aumento na procura por anúncios em busca e vídeo alimentado por ferramentas de IA que otimizam campanhas e segmentação. Já a Meta informou crescimento de duplo dígito na receita publicitária, beneficiada por algoritmos que elevam o engajamento no Facebook e no Instagram.
A Microsoft, historicamente menos dependente de anúncios, registrou expansão na venda de licenças corporativas turbinadas com recursos de IA. O pacote Microsoft 365, que integra o Copilot, mostrou aceleração na base de assinaturas.
Mercado reage com alta expressiva nas ações
O desempenho financeiro reduziu temores sobre a viabilidade dos investimentos. As ações da Microsoft superaram pela primeira vez US$ 4 trilhões em valor de mercado. Os papéis da Meta avançaram 12,2% após a divulgação do balanço. A Amazon, que apresenta resultados em breve e também aposta forte em IA, acompanhou o movimento de valorização.
Imagem: olhardigital.com.br
Por que o cenário econômico favorece a IA
Em meio a incertezas macroeconômicas, investidores buscam setores capazes de manter crescimento mesmo sob pressão de juros. A IA se apresenta como motor de eficiência para anunciantes e empresas de nuvem, reduzindo custos operacionais e abrindo novas fontes de receita.
Analistas citados pela Reuters avaliam que a rápida adoção de produtos baseados em modelos generativos comprova o potencial de monetização. O ciclo costuma seguir três etapas: investimento em hardware, oferta de serviços na nuvem e venda de soluções diretamente ao consumidor ou ao anunciante.
Como cada empresa aposta no próximo passo
Microsoft foca na integração do Copilot a todo o ecossistema Windows, ampliando casos de uso em produtividade. A Alphabet acelera o desenvolvimento multimodal do Gemini para unificar texto, imagem e código em uma única plataforma. A Meta investe em IA generativa para recomendação de conteúdo e anúncios mais precisos nas redes sociais.
Perspectivas para o segundo semestre
Os três grupos indicaram que o ritmo de gastos permanecerá elevado, mas projetaram margens estáveis graças à maior eficiência dos novos data centers. O mercado acompanhará de perto a capacidade das empresas de converter bases de usuários em receita recorrente.
Se as projeções se confirmarem, 2024 pode marcar o início de um ciclo prolongado de monetização da inteligência artificial, consolidando a posição das big techs frente a competidores menores.
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