WASHINGTON – O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou nesta quarta-feira um plano nacional para impulsionar o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) no país. A iniciativa pretende reduzir exigências regulatórias, priorizar contratos públicos para sistemas considerados “objetivos” e revisar diretrizes federais de pesquisa e aplicação da tecnologia.
Plano de IA de Donald Trump: objetivos principais
Segundo o documento divulgado pela Casa Branca, o Plano de Ação para a IA tem como meta colocar os Estados Unidos na vanguarda global da área. O texto enfatiza que empresas poderão atuar “sem supervisão ou salvaguardas” desde que demonstrem que seus algoritmos não exibem viés ideológico. O governo argumenta que a liberdade regulatória deve acelerar a inovação e atrair novos investimentos para o setor.
Redução de burocracia e de regulamentação
Entre as medidas listadas, a eliminação de etapas burocráticas aparece como prioridade. O plano determina a revisão de normas consideradas onerosas e a remoção de requisitos que, na avaliação da equipe de Trump, retardam a pesquisa em IA. A administração sustenta que regras mais simples podem diminuir custos operacionais e ampliar a competitividade das empresas norte-americanas.
Incentivo à infraestrutura para IA
Outra diretriz prevê a criação de condições favoráveis para que companhias construam infraestrutura capaz de sustentar projetos de grande escala. Recursos em nuvem, centros de dados de alta performance e redes de processamento dedicadas são citados como pilares do novo ciclo de investimento. O governo afirma que a consolidação dessa base permitirá avanços mais rápidos em aprendizado de máquina e modelos generativos.
Contratos públicos atrelados à objetividade dos sistemas
O documento estabelece que contratos federais só serão concedidos a fornecedores que assegurem “objetividade” em suas soluções de IA. Para comprovar o requisito, as companhias deverão apresentar métodos internos de aferição de viés ideológico. A Casa Branca argumenta que essa exigência eliminará interferências políticas ou sociais indesejadas nos resultados produzidos pelos algoritmos empregados em serviços públicos.
Revisão de diretrizes por agência governamental
O texto também institui a criação de uma agência responsável por revisar as diretrizes nacionais sobre IA. Entre suas atribuições, o órgão retirará menções a diversidade, equidade, inclusão e mudanças climáticas das recomendações oficiais. Outros temas classificados como “desinformação” pelo governo igualmente serão suprimidos. A gestão Trump sustenta que a medida garantirá “neutralidade” nos parâmetros de pesquisa e desenvolvimento.

Imagem: olhardigital.com.br
Impacto na corrida global de inteligência artificial
Ao tornar o ambiente regulatório mais permissivo, a Casa Branca espera atrair projetos que atualmente se instalam em países com menor carga normativa. O governo avalia que a mudança reforçará a posição dos Estados Unidos na disputa com Europa e Ásia por liderança tecnológica. A eliminação de salvaguardas, contudo, provoca debate no setor sobre potenciais riscos à segurança e à transparência dos sistemas.
Reação de especialistas e do mercado
Empresas de tecnologia acompanham os desdobramentos para avaliar oportunidades em licitações federais. Analistas do mercado financeiro observam que a expectativa de menores barreiras regulatórias pode impulsionar ações de companhias focadas em IA. Organizações acadêmicas e grupos de direitos digitais, por outro lado, manifestam preocupação com a retirada de referências a diversidade e inclusão nas políticas oficiais.
Próximos passos para implementação
O Plano de Ação será submetido a consulta de agências federais nas próximas semanas. Após essa etapa, a Casa Branca publicará atos executivos detalhando prazos e responsabilidades de cada órgão. Legisladores republicanos sinalizaram apoio ao texto, enquanto parlamentares democratas estudam apresentar propostas alternativas que mantenham salvaguardas sobre ética e transparência em IA.
Com a publicação do documento, o governo Trump inicia um ciclo de ajustes regulatórios que pode redefinir parâmetros de pesquisa, investimento e uso de inteligência artificial nos Estados Unidos. Os efeitos práticos dependerão da rapidez na adoção das novas regras e da resposta da indústria às exigências relacionadas à objetividade dos algoritmos.