Executivos de todos os setores encaram, desde 22 de julho de 2025, uma pergunta decisiva: a condução estratégica da empresa favorece a inovação ou bloqueia sua adoção? A resposta determina se a organização permanecerá relevante ou se tornará obsoleta.
O avanço tecnológico redesenhou a rotina no topo da hierarquia. Intuição e experiência seguem importantes, porém agora devem ser combinadas a dados em tempo real, automação e inteligência artificial para sustentar cada deliberação crítica.
CEOs, CFOs, CMOs e CIOs já não podem delegar conhecimento técnico exclusivamente à área de TI. A pressão competitiva exige que esses cargos atuem como estrategistas digitais, integrando tecnologia ao crescimento sustentável e à eficiência operacional.
Tecnologia redefine papéis executivos
O exemplo mais citado vem do Mercado Livre, maior plataforma de comércio eletrônico da América Latina. Em 2025, a companhia implantou inteligência artificial preditiva capaz de preparar pedidos antes mesmo da confirmação de compra, atingindo margem de acerto superior a 98%.
O sistema utiliza dados comportamentais, geográficos e climáticos para posicionar estoques de forma dinâmica e ajustar preços em tempo real. A iniciativa diminuiu prazos de entrega, reduziu custos logísticos e elevou a taxa de conversão de vendas.
Embora o projeto envolva alta complexidade técnica, a principal decisão foi estratégica: colocar IA e dados no centro do modelo de negócios. A liderança executiva assumiu a responsabilidade de tornar a tecnologia um pilar inseparável da experiência do cliente.
Essa postura reforça um princípio recorrente nos comitês de gestão: inovação não prospera em silos. Quando diretoria, gerência e equipes compartilham métricas, riscos e aprendizados, o resultado costuma ser uma organização mais resiliente e pronta para responder a mudanças repentinas.
Analistas de mercado observam que estruturas que permitem experimentação rápida, erro controlado e aprendizagem contínua atraem profissionais qualificados, já que oferecem espaço para desenvolvimento e colaboração multidisciplinar.
Tecnologia impulsiona cultura de experimentação
Para consolidar essa cultura, líderes precisam adotar indicadores de desempenho que valorizem tanto eficiência como adaptação. Métricas de tempo de resposta a falhas, velocidade de implementação de protótipos e retorno sobre investimento em P&D ganham peso ao lado dos tradicionais indicadores financeiros.
Outro desafio crítico é garantir que a governança acompanhe a modernização. Políticas claras de privacidade, uso ético de dados e segurança cibernética devem avançar no mesmo ritmo dos projetos de automação e análise preditiva.
Especialistas reforçam que, em tempos de disrupção acelerada, a vantagem competitiva não está apenas em conhecer tendências emergentes, mas em liderá-las. A tecnologia se torna aliada ou ameaça conforme a capacidade do comando executivo de tomar decisões informadas e tempestivas.
Consequentemente, o perfil da liderança contemporânea incorpora novos elementos: curiosidade constante, domínio de modelos de negócio orientados a dados e abertura a parcerias externas, como ecossistemas de startups e programas de corporate venture.
Executivos que cultivam esses atributos tendem a transformar suas companhias em plataformas adaptáveis, capazes de responder a padrões de consumo mutáveis, restrições regulatórias e pressões competitivas globais.
O dilema, portanto, deixa de ser puramente tecnológico e se torna estratégico. Permanecer relevante demanda lideranças dispostas a aprender, testar e ajustar processos de maneira contínua, aproveitando o potencial da inteligência artificial e de outras inovações para beneficiar negócios, pessoas e sociedade.