Colisão entre Via Láctea e Andrômeda: cronograma do encontro cósmico
Via Láctea e Andrômeda, separadas hoje por cerca de 2,5 milhões de anos-luz, caminham para uma fusão prevista em aproximadamente 2,5 bilhões de anos, segundo estudo liderado pela Universidade de Queensland, na Austrália.
A aproximação foi confirmada em 2012, quando astrônomos da Nasa, utilizando o telescópio espacial Hubble, mediram Andrômeda movendo-se em direção à Terra a mais de 400 mil km/h. O deslocamento coloca as duas gigantes espirais em rota de colisão gravitacional inevitável.
Quem participa do processo
Andrômeda abriga cerca de 1 trilhão de estrelas; a Via Láctea, aproximadamente 200 bilhões. Além das estrelas, cada galáxia conduz um cortejo de satélites anões que também será arrastado para o evento.
Como será a “dança” entre as galáxias
A fusão não se assemelha a um choque repentino, mas a uma interação lenta e coreografada. Devido ao grande espaço vazio entre as estrelas, colisões estelares diretas são improváveis. O fenômeno lembra duas nuvens de mosquitos que se cruzam sem que os insetos se toquem.
Atração gravitacional e distorções
À medida que as galáxias se aproximarem, forças de maré irão distorcer seus discos espirais. Braços galácticos serão alongados, e correntes de gás e poeira formarão pontes luminosas entre os dois sistemas.
Modelos de referência no céu profundo
Para estimar o desfecho, pesquisadores observam o par de galáxias NGC 5713 e NGC 5719, localizado a centenas de milhões de anos-luz. Esses objetos, cerca de 3 bilhões de anos adiantados no processo de fusão, oferecem um laboratório natural para comparar com o futuro da Via Láctea.
O projeto colaborativo Delegate, do qual o estudo faz parte, analisa como galáxias anãs orbitam seus anfitriões. A dificuldade dos modelos computacionais em reproduzir o alinhamento dessas satélites indica que os simuladores precisam de ajustes para refletir com precisão a realidade observada.
Primeiros sinais: halos gasosos já se tocam
Em 2020, pesquisa publicada na revista Science apontou que a fusão pode ter começado nos halos gasosos. O halo de Andrômeda mede cerca de 1 milhão de anos-luz de diâmetro; o da Via Láctea deve ter tamanho semelhante, mas é difícil de mensurar por estarmos dentro dele. Evidências mostram que esses envelopes já se sobrepõem, caracterizando a fase inicial da interação.

Imagem: uol.com.br
Dois estágios principais
1. Contato de halos: troca de material gasoso e possível formação de novas estrelas na periferia das galáxias.
2. Fusão dos discos: dentro de 2,5 bilhões de anos, os discos espirais se entrelaçarão até originar uma galáxia elíptica gigante.
Consequências para o Sistema Solar
Simulações indicam que o Sistema Solar poderá ser lançado para regiões externas da Via Láctea ou até capturado pela órbita de Andrômeda. Em qualquer cenário, a distância média em relação ao novo centro galáctico tende a aumentar.
Independentemente do destino orbital, a vida na Terra enfrentará outro limite: dentro de cerca de 5 bilhões de anos, o Sol evoluirá para uma gigante vermelha, engolfando os planetas internos. A fusão galáctica, portanto, não ameaça diretamente os corpos celestes, mas o futuro do planeta está condicionado à evolução estelar do próprio Sol.
Por que estudar a fusão é importante
Compreender a colisão entre Via Láctea e Andrômeda ajuda astrônomos a testar teorias de formação galáctica, avaliar a distribuição de matéria escura e refinar simulações cosmológicas. O evento permite também verificar se a trajetória de nossa galáxia é comum ou exceção no universo.
Próximos passos da pesquisa
Equipamentos como o Telescópio Espacial James Webb e futuros observatórios terrestres de 30 metros deverão coletar dados de alta resolução sobre galáxias em fusão. Essas observações contribuirão para códigos de computador mais fiéis ao comportamento real das estruturas cósmicas.
Enquanto isso, astrônomos continuam monitorando a velocidade de Andrômeda e o alinhamento de galáxias anãs para aperfeiçoar o cronograma do encontro. A contagem regressiva de 2,5 bilhões de anos permanece a estimativa mais aceita até o momento.
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