Fintechs: o que são e como surgiram
Fintechs são empresas que aplicam tecnologia para oferecer serviços financeiros. O termo reúne modelos de negócio que vão de pagamentos a crédito, sempre com operação digital.
Duas décadas atrás, o setor era dominado por bancos tradicionais, que concentravam atendimento em agências físicas. Operações simples, como transferências, exigiam filas, tarifas elevadas e prazos de um dia útil ou mais.
Panorama histórico do mercado financeiro
A partir do início dos anos 2000, inovações tecnológicas e normas mais abertas alteraram esse cenário. No Brasil, medidas do Banco Central, como a Agenda BC+ e a Agenda BC#, reduziram barreiras de entrada e estimularam novos participantes em um mercado concentrado.
Sem sistemas legados e com uso intensivo de dados, as fintechs protagonizaram a democratização dos serviços financeiros, processo semelhante ao visto em comércio eletrônico e streaming de música.
Crescimento das fintechs em números
Entre junho de 2020 e dezembro de 2023, o número de pessoas físicas atendidas por fintechs de crédito e pagamento saltou de 3 milhões para 100 milhões, alta de 3.000%. No mesmo intervalo, os cinco maiores bancos cresceram 80% nesse público.
No setor de cartões, a participação de emissores não bancários avançou de 0,78% em 2019 para 13,7% em 2023, indicando perda de participação das instituições tradicionais.
O impacto do Pix e dos pagamentos digitais
Lançado em 2020, o Pix é um dos símbolos da transformação. Em 2024, o sistema já movimentou mais de R$ 26 trilhões. Quase mil instituições participam do ecossistema, das quais cerca de 200 são instituições de pagamento especializadas.
No comércio, pequenos empreendedores passaram a aceitar cartões sem dependência exclusiva das “maquininhas” bancárias, reduzindo custos de aluguel e taxas.
Regulação e supervisão do Banco Central
Grande parte das fintechs opera autorizada, regulada e supervisionada pelo Banco Central. As regras incluem:
Prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo (PLD/FTP): programas de monitoramento, identificação de clientes e comunicação de operações suspeitas ao Coaf.
Segurança cibernética: protocolos rígidos para garantir integridade e disponibilidade de dados.

Imagem: economia.uol.com.br
Exigências específicas do Pix: oferta do Mecanismo Especial de Devolução (MED) para fraudes e limites de valor em operações noturnas.
Colaboração contra fraudes e crimes cibernéticos
Além de cumprir normas, fintechs participam de iniciativas de segurança pública. Entre elas, o Projeto Tentáculos, da Polícia Federal, que reúne notícias-crime para mapear fraudes bancárias, e o Projeto Celular Seguro, do Ministério da Justiça, que bloqueia aplicativos financeiros em celulares roubados.
As empresas também integram fóruns como a Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) e a Aliança Nacional de Combate a Golpes e Fraudes Bancárias Digitais, que unem setor público e privado.
Diversidade de modelos de negócio
O rótulo “fintech” engloba diferentes categorias. No campo dos pagamentos, destacam-se as instituições de pagamento, responsáveis por avanços como carteiras digitais e transferências instantâneas. No crédito, atuam as sociedades de crédito direto, que concedem empréstimos com recursos próprios, sem captar depósitos do público.
Cada tipo segue regras específicas, mas todas fazem parte de um arcabouço regulatório único, destinado a preservar a estabilidade do sistema e a proteção dos consumidores.
Competitividade e inclusão financeira
Com custos operacionais menores e oferta digital, as fintechs ampliaram o acesso a serviços antes restritos. Transferências gratuitas, cartões com anuidade zero e empréstimos online elevaram a competitividade, forçando bancos tradicionais a rever tarifas e processos.
Para micro e pequenos negócios, a entrada de novos adquirentes reduziu taxas de cartão e facilitou a adesão ao comércio eletrônico, impulsionando a inclusão financeira.
Perspectivas para o setor
O avanço das fintechs representa uma mudança estrutural no sistema financeiro brasileiro. A combinação de inovação tecnológica, regulação responsiva e colaboração em segurança tende a manter o ambiente competitivo, acessível e alinhado às demandas da economia digital.
Nos próximos anos, a expectativa é de expansão dos serviços baseados em dados, maior integração ao open finance e evolução constante dos mecanismos de proteção ao usuário.
{
“@context”: “https://schema.org”,
“@type”: “NewsArticle”,
“headline”: “Fintechs transformam sistema financeiro brasileiro com salto de 3.000% em usuários”,
“datePublished”: “2024-06-24”,
“author”: {
“@type”: “Organization”,
“name”: “Agência de Redação”
},
“publisher”: {
“@type”: “Organization”,
“name”: “Agência de Redação”,
“logo”: {
“@type”: “ImageObject”,
“url”: “https://example.com/logo.png”
}
},
“mainEntityOfPage”: {
“@type”: “WebPage”,
“@id”: “https://example.com/fintechs-transformam-sistema-financeiro-brasileiro”
}
}