Sonda Hera registra primeiros asteroides durante viagem rumo a Didymos e Dimorphos
A missão Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), lançou-se em 7 de outubro de 2024 com a incumbência de estudar de perto o sistema binário de asteroides Didymos e Dimorphos. Em março de 2025, a espaçonave sobrevoou Marte, usou a gravidade do planeta como impulso e entrou no Cinturão de Asteroides, onde realizou seus primeiros testes de navegação e imagem.
Lançamento e objetivo da missão Hera
Hera foi concebida para medir, em detalhes, as consequências do impacto provocado pela sonda norte-americana DART em 2022, quando Dimorphos teve sua órbita alterada em um experimento de defesa planetária. O veículo europeu deverá chegar ao par de rochas no fim de 2026, permanecerá seis meses nas imediações e coletará dados sobre cratera, massa, composição e estrutura interna dos corpos.
Sobrevoo de Marte impulsiona entrada no Cinturão de Asteroides
Durante a passagem por Marte, a nave executou manobra gravitacional que reduziu consumo de combustível e a encaminhou para a região entre Marte e Júpiter. A travessia do cinturão foi aproveitada pela equipe de dinâmica de voo da ESA para testar a Câmera de Enquadramento de Asteroide (AFC) e ensaiar procedimentos que serão vitais na aproximação a Didymos.
Segundo o engenheiro Giacomo Moresco, do Centro Europeu de Operações Espaciais, o intervalo de cruzeiro “permite executar ensaios estratégicos, incluindo a tentativa de localizar asteroides pouco luminosos, de modo semelhante ao que ocorrerá na fase científica”.
Asteroide Otero: primeiro alvo observado em 11 de maio
A primeira sessão de imagens ocorreu em 11 de maio de 2025, quando Hera focalizou o asteroide (1126) Otero, descoberto em 1929 pelo alemão Karl Reinmuth e batizado em homenagem à dançarina espanhola Carolina Otero. Classificado como tipo A, o objeto apresenta tonalidade avermelhada ligada à presença de olivina, mineral associado ao manto de antigos protoplanetas.
A câmera acompanhou Otero durante três horas, emitindo fotografias a cada seis minutos. Embora a distância fosse de cerca de três milhões de quilômetros, o instrumento registrou o deslocamento do asteroide em contraste com o fundo de estrelas, validando a precisão de apontamento e foco da sonda.
Kellyday desafia sensores e confirma sensibilidade da AFC
O segundo exercício fotográfico aconteceu em 19 de julho de 2025, direcionado ao asteroide (18805) Kellyday. O corpo recebeu o nome de Kelly Jean Day, terceira colocada na Feira Internacional de Ciência e Engenharia da Intel em 2003. Para a equipe da ESA, Kellyday era 40 vezes mais difícil de detectar do que Otero, o que colocou à prova a sensibilidade dos sensores e a velocidade de processamento de imagens a bordo.

Imagem: ESA-Science Office via olhardigital.com.br
Mesmo com o desafio adicional, a AFC conseguiu localizar o ponto luminoso, acompanhar seu movimento e fornecer aos controladores dados suficientes para refinar algoritmos de rastreamento. O êxito reforça a capacidade de Hera de encontrar alvos fracos, cenário esperado na primeira visão de Didymos e Dimorphos no final de 2026.
Importância dos testes para defesa planetária
O desempenho obtido com Otero e Kellyday demonstra que a missão pode se tornar um recurso de resposta rápida para a observação de objetos potencialmente perigosos. Ao provar que a sonda pode ser reprogramada para capturar asteroides pouco conhecidos, a ESA abre a possibilidade de utilizar Hera para calcular órbitas de novos corpos que ameacem a Terra.
A flexibilidade também vale para objetos interestelares, como o cometa 3I/ATLAS, detectado em 2025. Caso fenômenos semelhantes apareçam, a nave poderia ser desviada para coletar informações em espaço profundo, fornecendo dados valiosos em prazos curtos.
Próximos passos antes da chegada a Didymos
Até dezembro de 2026, Hera continuará em fase de cruzeiro. Nesse período, a equipe pretende executar manobras de correção de rota, calibrar instrumentos científicos e, sempre que possível, praticar novas buscas de asteroides. O objetivo é garantir que, ao entrar no domínio gravitacional do sistema Didymos, todas as operações autônomas estejam validadas.
Uma vez no destino, a sonda lançará pequenos cubesats auxiliares, mapeará a cratera aberta pela DART e medirá a alteração orbital de Dimorphos com precisão. As informações coletadas serão essenciais para confirmar a eficácia da técnica de deflexão e para planejar futuras missões de proteção do planeta.
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