Meta AI ganha aplicativo independente para Android e iOS
Liberação começou nesta segunda-feira
A Meta iniciou hoje a distribuição do aplicativo Meta AI em lojas oficiais dos sistemas Android e iOS. A novidade marca a estreia do chatbot em um app autônomo, fora dos serviços tradicionais da companhia, e pode ser baixada gratuitamente por usuários de todo o mundo.
Além da versão móvel, o assistente continua acessível em navegadores, no endereço meta.ai. Na página inicial, a empresa exibe consultas realizadas por outras pessoas, recurso que sugere possíveis temas de pesquisa ao visitante.
Quem já utilizava a ferramenta dentro de outros apps
Até agora, as interações com o Meta AI aconteciam principalmente dentro de aplicativos da casa, como WhatsApp, Messenger, Instagram e Facebook. O assistente estreou primeiro no WhatsApp, em formato de widget fixado no topo de conversas. Depois, passou a atuar em chats, possibilitando comandos escritos como “@MetaAI crie uma imagem de um pássaro azul” ou “@MetaAI, me explique a diferença entre burro e mula”.
Funcionalidades impulsionadas pelo modelo Llama 4
Respostas, imagens e busca na web
O Meta AI é alimentado pelo Llama 4, modelo proprietário de linguagem em larga escala desenvolvido pela empresa de Mark Zuckerberg. Com a tecnologia, o assistente responde dúvidas cotidianas, produz textos, traduz conteúdos, revisa publicações, elabora listas de estudos e gera imagens mediante solicitações de texto. O sistema também pesquisa na internet para entregar explicações com links de referência, quando necessário.
No aplicativo recém-lançado, todas essas funções permanecem disponíveis e adaptadas à interface móvel. O usuário digita a pergunta ou toca no ícone de voz, escolhe a tarefa desejada e recebe o retorno em poucos segundos, dentro de uma janela de conversa semelhante à de mensageiros populares.
Integração futura com outros produtos
A Meta não divulgou calendário para a inclusão de recursos exclusivos no app dedicado. Contudo, a criação de uma plataforma separada indica intenção de expandir a oferta do Meta AI além das fronteiras de suas redes sociais, abrindo espaço para que o chatbot atue como ferramenta central no dispositivo do usuário.
Estrategia da Meta para disputar mercado de chatbots
Concorrência direta com ChatGPT e Gemini
Ao liberar um aplicativo próprio, a Meta posiciona o Meta AI como alternativa direta ao ChatGPT, da OpenAI, e ao Gemini, do Google. Atualmente, o ChatGPT lidera em volume de usuários, enquanto o Google reforça o marketing em torno do Gemini para ampliar sua fatia de mercado.
A movimentação reforça a meta de Zuckerberg de transformar a companhia em referência global em inteligência artificial generativa. A Meta registrou investimentos bilionários em infraestrutura de IA e abriu parte de seus modelos de linguagem em formato open source, esforço que atrai desenvolvedores e acelera a adoção das ferramentas.
Imagem: uol.com.br
Zuckerberg forma equipe dedicada à superinteligência
Paralelamente ao lançamento do app, o CEO Mark Zuckerberg vem montando uma força-tarefa para desenvolver uma “superinteligência” capaz de avançar além das atuais capacidades do Meta AI. O grupo reúne especialistas renomados e recém-contratados da área. Em um dos casos citados pela empresa, um engenheiro de 24 anos receberá US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) em salários e ações para se juntar ao time.
Segundo executivos, o objetivo é criar modelos que raciocinem com maior profundidade, aprendam com menos dados e operem de modo mais seguro. Embora não haja previsão de lançamento para essa futura geração, as contratações sinalizam a disposição da Meta em acelerar a pesquisa para não ficar atrás dos principais rivais.
Como o novo app pode impactar o usuário final
Centralização e privacidade
Com o aplicativo em mãos, o usuário passa a concentrar interações com IA em um ambiente separado das redes sociais, sem notificações ou conversas paralelas. A Meta afirma que as mensagens são processadas para aprimorar o modelo, mas garante controles de privacidade idênticos aos oferecidos em outros serviços da empresa.
Experiência consistente em diferentes plataformas
Quem iniciar um chat no smartphone poderá continuar a sessão no navegador e vice-versa. O histórico é sincronizado pela conta do Facebook ou do Instagram, dependendo da opção de login escolhida. A empresa diz que o recurso evita perda de contexto e melhora a produtividade ao alternar entre dispositivos.
Por que a empresa libera o app agora
A corrida por participação no mercado de assistentes de IA ocorre em ritmo intenso desde o fim de 2022, quando o ChatGPT foi apresentado ao público. Ao lançar o aplicativo próprio, a Meta tenta converter sua grande base de usuários, espalhada entre Instagram, Facebook e WhatsApp, em usuários ativos do Meta AI antes que concorrentes consolidem suas posições.
Analistas apontam que manter o assistente restrito a aplicativos externos podia limitar o alcance e a coleta de dados para treinamentos futuros. O app independente fornece métricas diretas de engajamento e permite ajustes rápidos de interface, sem depender de atualizações das redes sociais.